Recordes em Guimarães conduzem Rui Borges à luta pelo título no Sporting
Treinador já foi apresentado com contrato até Junho de 2026
O treinador Rui Borges aceitou o desafio de guiar o Sporting ao bicampeonato nacional de futebol após estabelecer recordes no Moreirense e no Vitória de Guimarães, 'marcos' numa carreira de sete anos em que apregoa "ambição e humildade".
Oficializado hoje pelos 'leões', o técnico de 43 anos tem a missão de 'reavivar' uma equipa que conquistou 11 triunfos nas 11 primeiras jornadas, antes da saída de Ruben Amorim para o Manchester United e do 'reinado' de um mês de João Pereira, com quatro pontos em quatro rondas, que 'atiraram' o Sporting para o segundo lugar na antecâmara do Natal.
Prestes a disputar pela primeira vez a Liga dos Campeões, prova onde a formação 'verde e branca' ocupa o 17.º lugar da fase de liga, Rui Borges atingiu o patamar mais elevado de um trajeto que começou na cidade natal, Mirandela, com cinco anos de consolidação na II Liga e ano e meio de afirmação na elite do futebol luso, sempre no concelho de Guimarães.
Após repartir a época 2022/23 pelo Vilafranquense, equipa que deixou no quinto lugar da II Liga, à passagem da 19.ª jornada, e pelo Mafra, formação que subiu do 14.º ao sexto posto nas últimas 14 rondas da competição, o transmontano ascendeu ao escalão maior graças ao convite do Moreirense, emblema em que jogara nas épocas 2007/08 e 2008/09.
Em julho de 2023, no arranque dos trabalhos, o 'timoneiro' antecipava "um bom desafio" na vila de Moreira de Cónegos, num clube "ambicioso e humilde", à imagem da equipa técnica, e montou um plantel que viria a alcançar o recorde pontual dos minhotos na I Liga.
Assente num sistema tático '4-2-3-1', com Ofori, Gonçalo Franco e Alanzinho a sobressaírem no meio-campo, a equipa 'cónega' alcançou 55 pontos em 34 jornadas e igualou o sexto lugar da época 2018/19, tendo ainda completado 16 jornadas sem sofrer golos, o maior número da competição, a par do campeão Sporting e do vice-campeão Benfica.
No decurso dessa época, Rui Borges completou a formação para o nível IV da UEFA e prolongou o contrato com o Moreirense até 2026, mas, após o término do campeonato, deslocou-se 11 quilómetros até ao centro de Guimarães, para assumir o comando do Vitória, equipa que se classificara logo acima na tabela, no quinto posto.
Aquando da sua apresentação, em 28 de maio de 2024, o treinador prometeu "muita ambição e vontade de trabalhar" ao serviço de uma equipa que pretendia "competitiva, intensa e organizada", prestes a dar-lhe a oportunidade de se estrear nas provas da UEFA, através das pré-eliminatórias da Liga Conferência.
O capítulo 'europeu' é precisamente aquele em que o clube de Guimarães mais tem sobressaído em 2024/25: fixou o novo recorde luso de nove vitórias seguidas em provas da UEFA num 'caminho' em que superou pré-eliminatórias e play-off antes de garantir o segundo lugar na fase de liga e de se apurar para os oitavos de final, agendados para março.
Sexta classificada na I Liga, com 23 pontos em 15 jornadas, a equipa vitoriana tem-se apresentado num sistema tático '4-3-3' e distinguido pela pressão 'alta', pelo elevado volume ofensivo e, ao longo do último mês, pela ineficácia na hora de concretizar.
Rui Borges elogiou várias vezes o plantel vimaranense nos 30 jogos oficiais em que participou, depois de, na apresentação, se ter descrito como um técnico "comunicativo e que preza as relações" e que a sua mudança para o Vitória era fruto de sete anos positivos de trabalho.
O antigo médio de Paredes, Bragança, Sporting de Braga B, Trofense, Famalicão e Freamunde terminou a carreira de jogador e iniciou a de treinador no Mirandela, clube que o viu nascer para o futebol, e, ao fim de época e meia, rumou à II Liga, para representar o Académico de Viseu.
No segundo escalão, Rui Borges retirou os viseenses da zona de descida durante a época 2018/19 e conduziu-os à meia-final da Taça de Portugal na época 2019/20, na qual viriam a ser eliminados pelo FC Porto.
O treinador alcançou o quarto lugar pela Académica na época 2020/21, igualando a melhor temporada da 'briosa' desde a 'despedida' da elite, na temporada 2015/16, e rumou ao Nacional na época 2021/22, onde viria a alcançar um sexto lugar com "sentimento de frustração", aquém do objetivo da subida.
Pronto para orientar os treinos na academia de Alcochete, Rui Borges vai encontrar um plantel habituado a jogar em '3-4-3', que tem ainda o melhor ataque da I Liga, com 43 golos, 17 dos quais apontados pelo sueco Gyökeres, melhor marcador da edição em curso e também do campeonato anterior.
O transmontano vai-se estrear no comando dos 'leões' no Estádio José Alvalade, no dérbi lisboeta de domingo com o Benfica, em que terá a oportunidade de devolver a liderança perdida ao seu novo clube, antes de fechar a primeira volta com uma deslocação a Guimarães, para enfrentar a equipa que ajudou a construir.
Depois de um breve regresso ao Minho, Rui Borges estreia-se numa 'final four' da Taça da Liga, na meia-final com o FC Porto agendada para 07 de janeiro, em Leiria.
O treinador terá a primeira hipótese de conquistar um título de 'verde e branco', numa prova que será 'aperitivo' para a principal luta da temporada, a do campeonato.