Ciberataque atrasa voos e interrompe venda de bilhetes da Japan Airlines
A companhia aérea japonesa Japan Airlines afirmou hoje ter sido vítima de um ataque informático que causou atrasos nos voos e interrompeu a venda de bilhetes durante todo o dia.
"Podemos confirmar que fomos vítimas de um ciberataque e que estamos a lidar com a situação", disse à agência de notícias France-Presse uma porta-voz da segunda maior companhia aérea do Japão.
A Japan Airlines confirmou na rede social X uma falha no seu sistema informático desde as 07:24 (22:24 de quarta-feira em Lisboa), o que pode "afetar potencialmente as operações de voos nacionais e internacionais".
"A causa da interrupção foi identificada e resolvida (...) Neste momento, estamos a verificar o estado de recuperação do sistema", acrescentou, mais tarde, a companhia aérea.
As vendas de bilhetes foram suspensas para voos domésticos e internacionais que partiam hoje, disse a Japan Airlines.
Problemas com o sistema de check-in de bagagem da companhia aérea atrasaram mais de uma dezena de voos em vários aeroportos japoneses, disse a televisão pública japonesa NHK.
De acordo com a agência de notícias nipónica Kyodo, pelo menos 14 voos domésticos sofreram atrasos de até uma hora e os voos internacionais também foram afetados.
O valor das ações da Japan Airlines chegou a perder até 2,5% durante a sessão da manhã na Bolsa de Tóquio, antes de recuperar ligeiramente. Por volta das 14:00 (05:00 em Lisboa), estava a cair 0,67% num mercado em tendência de alta.
Este é o mais recente ataque informático contra empresas e agências japonesas. No final de 2023, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial anunciou que provavelmente teria sido vítima de um ciberataque.
Em julho de 2023, o porto de Nagoya (centro), o mais importante do arquipélago em termos de tráfego, foi paralisado por um ataque de 'ransomware', atribuído ao grupo de piratas informáticos de língua russa LockBit.
'Ransomware' é um tipo de programa informático malicioso que explora vulnerabilidades de segurança de uma empresa ou indivíduo e ameaça as vítimas com a destruição ou o bloqueio do acesso a dados ou sistemas críticos até que um resgate seja pago.
A própria agência japonesa responsável pela cibersegurança, o NISC, foi infiltrada por piratas informáticos durante um período de até nove meses, de acordo com a imprensa nipónica.
Em fevereiro de 2022, o maior fabricante de automóveis do mundo, a Toyota, foi obrigado a suspender durante um dia toda a produção no país devido a um ciberataque que afetou um dos seus fornecedores.
Mais recentemente, em junho passado, o popular portal japonês de partilha de vídeos Niconico teve de suspender temporariamente os seus serviços devido a um ataque cibernético em grande escala.