OMS lança apelo para responder "às urgentes necessidades de saúde"
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou hoje um apelo internacional, de 56,4 milhões de dólares (54,3 milhões de euros), para responder "às urgentes necessidades de saúde" na Síria, num momento de transição no país.
Este apelo destina-se a fazer face "à crise humanitária e ao mesmo tempo lançar as bases para a recuperação" dos sistemas de saúde na Síria, nos próximos seis meses, refere a OMS em comunicado.
"Mais do que nunca, as infraestruturas de saúde na Síria estão gravemente sobrecarregadas, com mais de metade dos hospitais do país não operacionais. Mesmo antes dos acontecimentos recentes [da queda do regime sírio], 141 unidades de saúde no norte de Aleppo e Idlib corriam o risco de encerrar por falta de financiamento. Sem apoio urgente, estas instalações podem fechar nas próximas semanas, com consequências devastadoras", afirmou a representante da OMS na Síria, Christina Bethke.
Nos próximos seis meses, a Organização Mundial de Saúde refere que, "juntamente com os seus parceiros", continuará o trabalho no terreno, "na manutenção dos serviços essenciais, na prevenção de surtos de doenças, no encaminhamento de pacientes e no reforço da coordenação do sistema de saúde".
A ofensiva na Síria, lançada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS) em 27 de novembro a partir da província de Idlib, permitiu aos jihadistas e aos rebeldes tomar a capital, Damasco, e pôr fim ao regime da família al-Assad, no poder desde 1971 - primeiro com Hafez al-Assad (1971-2000) e depois com o seu filho, Bashar - face a uma retirada constante das tropas governamentais, apoiadas pela Rússia e pelo Irão.
Mais de uma semana depois, a 08 de dezembro, uma coligação armada liderada pelo HTS, chefiado por Ahmad al-Chareh, cujo nome de guerra é Abu Mohammad al-Jolani, tomou o poder em Damasco, destituindo o Presidente Bashar al-Assad.
Os 13 anos de guerra na Síria custaram mais de meio milhão de vidas e dividiram o vasto país em zonas de influência controladas por diferentes beligerantes apoiados por potências regionais e internacionais.