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Extrema-direita alemã reuniu-se em Magdeburgo para homenagear vítimas do ataque

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Foto RALF HIRSCHBERGER/AFP

O partido alemão de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) organizou na segunda-feira uma manifestação em Magdeburgo, para homenagear as vítimas do ataque que reacendeu o debate sobre segurança e imigração no país.

Ao mesmo tempo, o movimento "Gib Hass keine Chance" ("Não dês hipótese ao ódio") reuniu-se nas proximidades, no local onde o ataque fez cinco mortos, incluindo um rapaz de 9 anos, e mais de 200 feridos, nesta cidade situada perto de Berlim.

"O terror chegou à nossa cidade", declarou Jan Wenzel Schmidt, líder da AfD no Estado da Saxónia-Anhalt, perante várias centenas de pessoas.

Schmidt condenou o "monstruoso fracasso político" que levou ao ataque, cujo suspeito era um refugiado saudita.

"Temos de fechar as fronteiras (...), já não podemos acolher loucos de todos os países", acrescentou, perante os apoiantes do partido anti-imigração.

A copresidente do partido, Alice Weidel, pediu "mudança para que seja possível finalmente voltar a viver em segurança", enquanto a multidão gritava "despejo, despejo, despejo!"

Este partido, hostil aos migrantes, antissistema e pró-Rússia, conta com cerca de 20% das intenções de voto nas sondagens para as eleições legislativas antecipadas, marcadas para fevereiro, atrás dos conservadores (32%) e à frente do partido de centro-esquerda de Olaf Scholz (15%). Mas nenhum partido quer cooperar com a AfD.

Já a iniciativa anti-AfD frisou que "observa com medo e raiva que as pessoas explorarem este ato cruel para a sua política" e apelou à "tolerância e humanidade".

Sob pressão, o Governo de Olaf Scholz prometeu no domingo uma investigação rápida e completa para esclarecer possíveis erros das autoridades na prevenção do ataque.

Na sexta-feira, um homem, depois identificado como Taleb A., atropelou transeuntes no mercado de Natal daquela cidade do leste da Alemanha.

A viver na Alemanha desde 2006, este médico saudita tinha o estatuto de refugiado.

O Gabinete Federal Alemão para a Migração e Refugiados (BAMF) confirmou posteriormente que tinha recebido um alerta sobre o suspeito em 2023 e a ministra do Interior, Nacy Faeser, revelou que o indivíduo era islamofóbico, afastando suspeitas de um ataque com motivações religiosas islâmicas, ainda que as razões permaneçam por apurar.

A Arábia Saudita pediu a Berlim a extradição do saudita Taleb Jawad al-Abdulmohsen, de 50 anos, depois de ter avisado várias vezes que "poderia ser perigoso", revelou hoje uma fonte próxima do Governo à agência France-Presse (AFP), em Riade.

Nas suas numerosas publicações nas redes sociais, expressou opiniões hostis ao Islão, a sua raiva contra as autoridades de imigração alemãs e o seu apoio às histórias de conspiração da extrema-direita sobre a "islamização" da Europa.

Outros elementos sobre este homem de perfil atípico foram divulgados hoje em vários meios de comunicação social: segundo o jornal local "Mitteldeutsche Zeitung", os seus colegas duvidaram das suas capacidades e apelidaram-no de "Doutor Google", porque consultava regularmente a Internet antes de fazer um diagnóstico; O diário Die Welt disse que tinha sido tratado por perturbações mentais.

A Associação Alemã de Polícia Criminal (BDK) alertou hoje contra "acusações prematuras ou mesmo a exploração política dos acontecimentos", especialmente numa altura em que o estado de algumas vítimas continua a ser muito grave.