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Os 101 anos de Georgina Ué que Bué de fixe

Este artigo é interdito aos que abandonam os seus familiares idosos, aos defensores de lares manhosos, aos ladrões das pensões dos familiares e daqueles que vão para as noitadas e deixam os velhotes nas altas problemáticas hospitalares.

Georgina nasceu nos Canhas há cento e um anos, casou e foi viver com o seu marido para Caracas, viu a sua filha nascer a bordo do Urania II, a 10 horas de chegar a La Guaíra. Em casa trabalhava para uma fábrica era preciso ganhar para comprar uma casa na Madeira.

Gostaria de ser enfermeira mas nesse tempo só os homens estudavam e até a terceira classe, aprendeu sozinha a ler e escrever, não dispensa a leitura atenta do DIÁRIO.

Regressa à Madeira, passa por Cuba no dia da vitória de Fidel de Castro, mas não pôde desembarcar uma filha estava com infeção na vista.

Seu sonho era os filhos estudarem, terem um curso superior, para subirem na vida. Seu marido ficou a trabalhar no duro para sustentar a família.

Este ano recebeu uma medalha da CMF por ter mais de cem anos, sim é idosa e até vaidosa, não sai de casa sem cabelo arranjado e unhas pintadas, cuidou da amiga Cecília vizinha da sua casa e da Isabel sua companheira das manhãs e colaboradora do crochet e dois dedos de conversa. Elas partiram estão na outra margem, deixaram saudades.

Organiza-se tem saúde, vive em sua casa ,e não num lar manhoso, onde se abandonam os idosos, não faz parte das altas problemáticas hospitalares, vive com otimismo e alegria adora receber sobrinhos primos e amigos.

Conhece as regras desportivas, acompanha a volta á França, Itália e Portugal para ver as paisagens e fica feliz quando a filha e genro viajam, mas sente saudades da não presença em sua casa. Tem amigos suficientes e a sua fada Miquelina que lhe mantém a casa sempre arrumada e limpa, aumenta os tempos de presença veio para casa trabalhar aos 14 anos.

Está atenta à política, nunca deixou de votar, sente tristeza gostaria de ver mais fraternidade e menos guerra.

Nada lhe falta, sente-se Rainha, não sai de casa sem o cabelo arranjado e as unhas bem pintadas por si. Faz pedicure à filha, adora aqueles bocados de fim de tarde e os passeios de domingo para encher os pulmões de ar fresco para a semana inteira. É a notária da Ponta do Sol, bem o Governo Regional deveria fazer o cadastro das propriedades do Concelho, é guia das visitas dos familiares e amigos que residem na Venezuela e no Brasil ,é a mais antiga da família viva e não pressa para deixar este mundo e passar para a eternidade

Para Georgina o espírito é fazer bem, isso ela tem dúvidas para onde irá quando partir ao domingo, quando vamos dar um Giro ponho as músicas do Duo Ouro Negro, Georgina Ué ou vou levar-te comigo: Olá avózinha, colegas pastores, estudantes ministros, romeiras doutores, os homens fizeram um acordo final, acabar com a fome, acabar com a guerra, viver em amor.