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Editoras recordam "papel timoneiro" de Pedro Sobral na defesa do livro

 Pedro Sobral com Carlos Moedas em conferência de imprensa para a Feira do Livro de Lisboa de 2022.  Foto Leonardo Negrão / Global Imagens / Arquivo
 Pedro Sobral com Carlos Moedas em conferência de imprensa para a Feira do Livro de Lisboa de 2022.  Foto Leonardo Negrão / Global Imagens / Arquivo

Editoras literárias lamentaram hoje a morte do presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, recordando o seu "papel timoneiro na defesa do livro" e de todos os profissionais do setor.

Pedro Sobral morreu hoje de manhã, após ter sido atropelado quando circulava de bicicleta na Avenida da Índia, perto da Cordoaria Nacional, em Lisboa.

A morte de Pedro Sobral é, para o Grupo Porto Editora e o Grupo Bertrand Círculo, "uma enorme perda para a cultura nacional".

Recordando que o presidente da APEL "dedicou grande parte da sua carreira ao setor livreiro", o Grupo Porto Editora destaca, em comunicado, que nos últimos anos Pedro Sobral "assumiu um papel timoneiro na defesa do livro, dos editores, dos autores, dos livreiros e de todos os profissionais da área da edição literária em Portugal".

"Todos os que privaram com ele tiveram oportunidade de testemunhar a sua dedicação e compromisso na modernização e defesa do setor livreiro e na promoção da leitura no nosso país. O seu legado perdurará nas inúmeras iniciativas e projetos em que esteve envolvido, pautando a sua atuação pelo diálogo e espírito empreendedor", lê-se no comunicado.

Também o Grupo BertrandCírculo recorda o "papel de liderança incontornável na defesa do livro, dos editores, dos autores, dos livreiros, e de todos os profissionais ligados à edição em Portugal", assumido nos últimos anos por Pedro Sobral.

"Foi um verdadeiro promotor do livro e da leitura, defensor do diálogo e exemplo maior do espírito associativo. Que a sua memória perdure no legado que construiu, tanto a nível empresarial como associativo", refere aquele grupo numa publicação partilhada das redes sociais.

O grupo editorial Penguin Random House lembra Pedro Sobral como um "férreo defensor do valor e do poder dos livros e uma das figuras mais dinâmicas e vibrantes do mundo editorial português, capaz de um entusiasmo sem fronteiras, alimentado pela crença inabalável na importância vital da leitura".

A defesa "dinâmica e empenhada" que Pedro Sobral fazia do livro, da leitura e do leitor é também referida pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, numa publicação nas redes sociais, salientando-se que "o universo editorial e livreiro português ficou, esta manhã, mais pobre".

A Guerra e Paz Editores está "de luto", pela morte de "um grande defensor" do livro, e a Tinta da China considera que "o mundo dos livros em Portugal fica sem dúvida mais pobre".

Pedro Sobral, que morreu aos 51 anos, era licenciado em Economia e em Ciência Política pela Universidade Católica de Lisboa, tendo frequentado o Programa de Gestão Geral na Harvard Business School, nos Estados Unidos.

Com um percurso inicial na área financeira e de consultoria, foi nomeado, em 2004, diretor de Marketing e Vendas no Grupo Almedina.

Em 2008, entrou no Grupo LEYA, como diretor de Marketing e Conteúdo Digital, mais tarde como coordenador da Divisão Editorial e, por fim, administrador das Edições Gerais do grupo.

Administrador das Edições Gerais do Grupo LeYa, Pedro Sobral foi nomeado em 2021 presidente da APEL, cargo que ocupava até ao presente, depois de três anos como vice-presidente.