A teimosia de Miguel Albuquerque e o declínio político da Madeira
Miguel Albuquerque, outrora o herdeiro natural de uma tradição política que moldou a Madeira por décadas, transformou-se no símbolo daquilo que os madeirenses mais desprezam: a arrogância teimosa e a recusa em encarar a realidade. Não é segredo para ninguém que o próprio PSD-Madeira já não o quer. A sua insistência em manter-se no poder, como um general derrotado que se recusa a sair do campo de batalha, apenas agrava o desgaste de um partido que se aproxima perigosamente do abismo eleitoral.
Os madeirenses, práticos e desconfiados por natureza, não têm paciência para líderes que ignoram sinais tão óbvios de declínio. Albuquerque arrisca-se a ser o homem que entregará o governo de bandeja a Paulo Cafôfo. E, sejamos francos, Cafôfo é pouco mais do que uma figura inflada pelo seu próprio ego. O homem que encanta alguns madeirenses com promessas vagas e sorrisos ensaiados revela uma ambição desmesurada, mas sem visão concreta para liderar a Madeira. Um destino liderado por Cafôfo seria como confiar uma nau sem bússola a um capitão sem mapas.
O panorama torna-se ainda mais desolador quando olhamos para as alternativas. O JPP, outrora uma promessa de renovação, revelou-se uma farsa. Um partido que prometeu romper com os vícios da política tradicional, mas que rapidamente caiu em contradições e incoerências que traíram os eleitores. Não admira que os madeirenses, com a sua memória longa e o seu faro apurado para charlatanices, tenham perdido a paciência.
E o Chega? Um partido que mais não passa de uma marioneta controlada a partir de Lisboa. Os seus representantes na Madeira são meros recetores de ordens, replicando slogans fabricados na capital que nada têm a ver com a realidade insular. É uma desilusão grotesca e uma afronta ao orgulho madeirense.
Perante este cenário, Miguel Albuquerque deveria ter a decência de se afastar e permitir que o PSD-Madeira encontre um novo líder. Um líder que não só reúna o partido, mas também inspire os madeirenses com uma visão clara e adaptada às necessidades da região. Continuar a insistir na sua permanência é garantir uma derrota inevitável e, pior, abrir caminho para que a Madeira caia nas mãos de líderes despreparados ou manipuladores.
Os madeirenses não merecem isso. É hora de Miguel Albuquerque reconhecer que a sua resistência só prejudica a ilha e o partido que diz defender. Deixar o palco não é sinal de fraqueza, pelo contrário, seria o gesto de grandeza que a Madeira tanto precisa neste momento de incerteza.
T.S.