CPLP apela a mais projectos de cooperação de países observadores associados
O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP) apelou hoje a mais trabalho e projetos de cooperação dos países observadores associados da organização, dez anos após a entrada do Japão, Geórgia, Turquia e Namíbia com este estatuto.
Recordando que, em 2023, foi aprovado um novo regulamento dos observadores associados, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu em São Tomé e Príncipe, país que tem até 2025 a presidência rotativa da comunidade, Zacarias da Costa disse que "o desafio" da organização "é agora motivar os observadores associados a reconverterem, até 2027 - nos quatro anos subsequentes à aprovação do novo regulamento - os planos de ação e de atividades apresentados no momento das candidaturas em planos de parceria estruturados neste novo formato" e "estribados na vontade renovada" de aprofundamento da cooperação.
Depois de um plano de parceria e um roteiro estabelecido, como estabelece o novo regulamento para quem queira ser observador associado da CPLP, é preciso mais trabalho e mais projetos de cooperação, considerou aquele responsável.
"Hoje, a CPLP tem 33 parceiros privilegiados de cooperação com os quais queremos agora dar um passo em frente, no sentido de trabalhar mais, de desenvolver mais projetos de cooperação, de construir parcerias mais plenas em matérias de interesse partilhado, mutuamente vantajosas e que revertam de uma maneira concreta em benefício de um desenvolvimento sustentável", afirmou.
Zacarias da Costa anunciou que, "em breve", marcará uma reunião de trabalho com todos os observadores associados para que sejam abordadas todas as questões e recolhidas perspetivas e sugestões dos países com aquele estatuto.
O secretário executivo da CPLP falava numa cerimónia em que participaram também os embaixadores do Japão, Ota Makoto, e da Turquia, Haldun Koç, o Cônsul Honorário da Namíbia, Rogério Tavares, e a chefe de missão adjunta da Geórgia, que decorreu hoje, na sede da CPLP, em Lisboa, para assinalar os dez anos daqueles países como observadores associados da organização.
Zacarias da Costa salientou também que o mais recente pilar da CPLP, o da cooperação económica, "pode abrir uma série de vias de cooperação entre a CPLP e os seus observadores associados".
Frisou que a categoria de observador associado representa "uma parceria reforçada, que enquadra e abre caminho à realização de ações conjuntas de interesse partilhado nos mais diversos setores".
"Na Turquia olhamos para a CPLP com uma perspetiva pragmática, baseada na ideia de desenvolver iniciativas conjuntas que tenham impacto real nas atividades culturais, sociais e económicas de todos os países envolvidos", disse, por seu lado, o embaixador daquele país.
Haldun Koç acrescentou: "a presença multicontinental da CPLP e a sua cada vez maior visibilidade no plano multilateral é uma virtude que nos permite refletir constantemente sobre como podemos aprofundar as nossas ligações diplomáticas".
O diplomata lembrou que a Turquia tem estado presente em trabalhos relacionados com a promoção da língua portuguesa "à medida do crescente interesse por parte da população turca nesta língua e pela cultura dos países que nela se expressam".
Por outro lado, disse que a Turquia quer, no futuro, "aprofundar os laços políticos, económicos e comerciais" com "o ecosistema da CPLP" e os seus Estados-membros, que considerou com "um enorme potencial".
O embaixador do Japão destacou a histórica relação do Japão com a Língua portuguesa, e sublinhou que hoje o país já conta com mais de 200 mil falantes de português residentes, entre os quais uma grande comunidade brasileira.
Manifestou também o desejo do país de "fortalecer a parceria" com a CPLP, tal como disseram os representantes da Geórgia e da Namíbia.