Aviação israelita ataca Sul do Líbano após disparos do Hezbollah
A aviação israelita executou hoje uma série de ataques no sul do Líbano em regiões próximas de Israel, após o lançamento de dois projéteis reivindicado pelo grupo xiita Hezbollah, informou a Agência Nacional de Notícias Libanesa (ANN).
Os ataques aéreos israelitas, em resposta ao lançamento de dois 'rockets', que foi hoje reclamado pelo Hezbollah e confirmado por Israel, ocorreram cerca das 18:30 locais (menos duas horas em Lisboa) nas cidades de Yaroun, Maron al Ras e Hanin, no distrito de Bint Jbeil, segundo a ANN.
A agência libanesa acrescentou que não há registo de vítimas ou danos materiais.
A notícia dos ataques surge após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, se ter referido aos tiros do Hezbollah numa zona disputada com o Líbano como "uma violação grave" do cessar-fogo de 60 dias, que entrou em vigor em 27 de novembro.
O chefe do Governo israelita declarou, em comunicado, que "os disparos do Hezbollah contra Har Dov [nome hebraico da área conhecida como Fazendas Shebaa] por parte do Hezbollah são uma violação grave do cessar-fogo" e que Israel iria reagir "com força" se o cessar-fogo fosse quebrado.
"Estamos determinados a defender o cessar-fogo e a responder a qualquer violação por parte do Hezbollah, da mais leve à mais grave", disse Netanyahu citado no comunicado do seu gabinete.
Anteriormente, o ministro da Defesa, Israel Katz, ameaçou que o seu país daria "uma resposta forte" ao lançamento dos dois 'rockets' naquela região dos Montes Golã ocupados, na confluência dos territórios de Israel, do Líbano e da Síria.
O grupo armado libanês assumiu o ataque, o primeiro desde a entrada em vigor do cessar-fogo, justificando a ação como uma resposta a violações do entendimento.
Em comunicado, o Hezbollah relatou que os tiros tiveram como alvo uma posição israelita nos "montes ocupados de Kfar Chouba".
O Hezbollah alegou que se tratou de uma "resposta defensiva e de alerta" após o que considerou como "repetidas violações" do acordo de cessar-fogo por parte de Israel, referindo que as queixas aos mediadores encarregados de vigiar o cessar-fogo "foram inúteis".
De acordo com o Exército israelita, os 'rockets' caíram em campo aberto e não causaram ferimentos.
O presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, acusou hoje Israel de cometer 54 "violações flagrantes" do cessar-fogo, incluindo a alegada demolição de casas em aldeias fronteiriças, o sobrevoo persistente de 'drones' de reconhecimento israelitas e ataques aéreos que causaram vítimas.
A guerra entre Israel e o Hezbollah prolonga-se há mais de um ano, na sequência do conflito na Faixa de Gaza, iniciado em 07 de outubro de 2023.
Desde 23 de setembro passado, as forças israelitas começaram a bombardear intensamente o Líbano e, uma semana mais tarde, iniciaram uma invasão terrestre no sul do país.
As hostilidades já provocaram quase quatro mil mortos no Líbano, a maioria nos últimos dois meses, acima de 1,2 milhões de deslocados, enquanto cerca de 60 mil pessoas abandonaram as suas casas no norte de Israel.