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Madeira

PS acusa PSD e CDS de impedirem transparência nas listas de espera

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O pedido de audição parlamentar aos elementos que compõem a Comissão de Acompanhamento às Listas de Espera, da autoria do Grupo Parlamentar do PS, foi hoje chumbado com os votos contra do PSD e do CDS, "numa atitude lamentável", segundo Sancha de Campanella, "que só vem adensar o manto de opacidade que envolve a área da Saúde na Região". 

A deputada socialista proponente deste pedido de audição, condena a postura dos dois partidos que sustentam o Governo, acusando-os de "impedirem que seja observada a transparência em todo este processo e de, desta forma, serem cúmplices e terem responsabilidade nas graves consequências que o não cumprimento dos tempos máximos de resposta têm para a saúde de muitos madeirenses, em particular aqueles com patologias mais graves, como sejam as do foro oncológico e cardíaco". 

Diz que "a Comissão de Acompanhamento das Listas de Espera foi criada em 2020, sem que sejam, contudo, conhecidos os seus estatutos, regimento, critérios de composição, relatórios de atividade, medidas adotadas ou resultados obtidos desde a sua criação, apesar de o PS já ter solicitado essas informações à Secretaria Regional da Saúde e Protecção Civil". O facto de esse pedido não ter sido atendido levou a que o PS requeresse a audição parlamentar que, "como agora se viu", mereceu o chumbo do PSD e do CDS, partidos que são o “braço armado” do Governo Regional, “actuando não para defender os madeirenses, mas, antes, atacando-os nos seus mais elementares direitos, como é o caso do acesso à Saúde”, critica Sancha de Campanella.

A parlamentar socialista alerta que tem havido um aumento contínuo das listas de espera ao longo dos últimos quatro anos consecutivos, o que reflecte "a incapacidade do sistema em atender à crescente procura". Entre 2020 e 2024, o número de inscritos cresceu “de forma significativa e alarmante”, sendo que, no corrente ano, "houve um aumento de 85% relativamente ao ano transacto em lista de espera para cirurgias, de 68% para consultas e de 87% para exames complementares de diagnóstico". Para além disso, conforme refere, "os dados revelam que, devido a estes atrasos, este ano, em média, a cada dois dias já morreu uma pessoa enquanto aguardava cirurgia", 

“Estamos a falar de situações de extrema gravidade”, adverte Sancha de Campanella, lamentando que, para este Governo, com o conluio do PSD e do CDS, a saúde não seja prioridade e o cidadão não esteja no centro das decisões.

De acordo com a deputada socialista, a conclusão a que é possível chegar é que o PSD e o CDS são contra a transparência e são defensores de “comissões fantasma” que só servem para encobrir “listas de espera completamente surreais e inaceitáveis”.