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Quatro em cada 5 pessoas com 85 anos ou mais já se vacinaram contra a gripe

Apenas duas regiões estão acima da média e não é a Região Autónoma da Madeira (76%)

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

Quatro em cada cinco (79%) pessoas com 85 anos ou mais de idade já se vacinaram contra a gripe este ano, segundo a estimativa da monitorização da campanha de vacinação hoje divulgada.

Os resultados da terceira vaga do vacinómetro, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), indicam que Portugal está próximo de atingir a meta de 75% de vacinação nas pessoas com 65 anos ou mais proposta pela Organização Mundial de Saúde, tendo atingido já os 72,8%.

Da população vacinada com 65 ou mais anos de idade, 81,8% é do Algarve, 80,1% da região Norte, 76% da Região Autónoma da Madeira, 80,1% da área metropolitana de Lisboa, 67% da zona Centro, 62,7% do Alentejo e 62,5% da Região Autónoma dos Açores.

As estimativas do vacinómetro indicam que 71,3% dos portadores de doença crónica já se vacinaram contra a gripe. A sub-análise realizada indica que terão já tomado a vacina da gripe 73,4% das pessoas com diabetes, 72,1% da população com doença cardiovascular e 72,2% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

Os dados revelam ainda que 59% dos portugueses com 60 ou mais anos de idade também já se vacinaram, sendo que, mais de metade (51%) se vacinou por recomendação do médico e 31% por iniciativa própria, porque procura estar protegido.

A terceira vaga do vacinómetro indica que se vacinaram quase metade (45%) dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes, enquanto nas grávidas a cobertura vacinal sobe até aos 64%. Destas, 70% fizeram-no por recomendação do médico.

Do total do grupo de vacinados, na amostra estudada, os principais motivos que os levaram a vacinar-se foram a recomendação do médico (46,9%), iniciativa própria para estar sempre protegido (21,9%), no contexto de uma iniciativa laboral (20,2%), por saber que faz parte de um grupo de risco para determinada doença (5,9%) e por ter recebido notificação de agendamento pelo Serviço Nacional de Saúde (4,5%).

Citado no comunicado, o pneumologista Filipe Froes, do Hospital Pulido Valente -- Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, afirma que, comparando com os resultados da 3.ª vaga do ano passado, que aconteceu mais tarde, "o ritmo de vacinação está neste momento mais acelerado do que no ano passado", destacando que Portugal está "muito perto" de atingir a meta de 75% proposta pela OMS para pessoas com mais de 65 anos.

O especialista destaca igualmente a "adesão massiva" à vacinação por parte das pessoas com 85 ou mais anos de idade, que está pela primeira vez a receber de forma gratuita a vacina de dose elevada, nos centros de saúde.

"A vacinação contra a gripe e mesmo contra a Covid-19 confirmaram mais uma vez o excelente registo de segurança", acrescentou.

Em relação à vacina de dose elevada, administrada gratuitamente nas pessoas com 85 ou mais anos de idade nos centros de saúde, na amostra total estudada no vacinómetro, 50,9% não sabe que está disponível uma vacina com estas características para esta população.

Quanto ao local de aquisição/administração da vacina, varia em função da população-alvo, sendo que a totalidade dos profissionais de saúde inquiridos recebeu a vacina no local de trabalho, a população acima dos 80 e 85 anos e as grávidas receberam a vacina maioritariamente no Centro de Saúde e a população acima dos 60, entre os 60 e os 64 e acima dos 65 recebeu maioritariamente na farmácia.

Já entre os que não se vacinaram, 52% dos que têm 85 ou mais anos de idade ainda tencionam vacinar-se, o mesmo acontecendo com 25,5% das pessoas não vacinadas com 65 ou mais anos de idade e com 24,2% dos doentes crónicos.

No caso dos profissionais de saúde, 22,7% dos profissionais não vacinados manifestaram intenção de vacinar-se nesta época gripal e, no grupo entre os 60 e os 64 anos, 13% das pessoas inquiridas não vacinadas ainda o pretendem fazer nesta época gripal. O principal motivo para não se vacinarem foi o facto de não ser hábito (51,2%).

Relativamente à coadministração das vacinas contra a gripe e contra a covid-19, e tendo por referência os dados da vaga anterior, a taxa de coadministração junto dos grupos com recomendação subiu ligeiramente (de 76,6% para 77,3%), ainda que o principal motivo pela decisão de receber ambas as vacinas ao mesmo tempo se mantenha o mesmo (querer estar protegido e considerar que ambas são importante para a saúde).

O vacinómetro foi lançado em 2009 e os dados da segunda vaga foram recolhidos entre 23 e 28 de outubro.

A iniciativa permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde.

A campanha de vacinação sazonal contra a gripe e a covid-19 iniciou-se em 20 de setembro e está a decorrer, em simultâneo, em milhares de farmácias de todo o país e nas unidades do SNS.