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A Guerra Mundo

Montenegro diz que "seria um mau sinal" UE esperar por Trump

Foto EPA/OLIVIER HOSLET
Foto EPA/OLIVIER HOSLET

O primeiro-ministro português defendeu hoje que "seria um mau sinal" se a União Europeia (UE) tivesse de "estar à espera" que Donald Trump inicie funções como Presidente norte-americano para decidir o futuro do apoio à Ucrânia.

Questionado sobre se as decisões da UE estão em suspenso até ao regresso de Donald Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Luís Montenegro respondeu que "seria um mau sinal se a Europa tivesse de estar à espera de quem quer que seja".

"A Europa não pode vacilar, a Europa não vai vacilar no seu apoio à Ucrânia", acrescentou Luís Montenegro à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (Bélgica), a última de 2024 e primeira de António Costa (ex-primeiro-ministro português) enquanto presidente desta instituição.

O primeiro-ministro social-democrata reconheceu que é necessário "estreitar ainda mais a relação transatlântica", nomeadamente com os Estados Unidos da América.

Já sobre o Presidente eleito, Luís Montenegro reconheceu que a relação "poderá não ser a mesma coisa que era com o Presidente que está em exercício [o democrata Joe Biden], mas será no mesmo respeito".

O Presidente da Ucrânia participa hoje em Bruxelas no primeiro Conselho Europeu presidido pelo novo líder da instituição, António Costa, cimeira que inaugura um novo formato de um dia, para ser mais eficaz, e que terá menos conclusões escritas.

Depois de, a 01 de dezembro, ter passado o primeiro dia do seu mandato em Kiev para garantir o apoio da União Europeia (UE) à Ucrânia face à invasão russa, e de nessa altura ter convidado Volodymyr Zelensky para se deslocar a Bruxelas, António Costa preside hoje ao seu primeiro Conselho Europeu.

Nesta reunião de alto nível dos líderes europeus, que surge um dia após a sua primeira cimeira europeia entre a UE e os Balcãs Ocidentais, a ideia é "enviar uma mensagem unida e inequívoca de apoio à Ucrânia, em prol de uma paz abrangente, justa e duradoura", segundo a carta-convite enviada por António Costa aos chefes de Governo e de Estado dos 27 países que integram o bloco europeu.

Numa altura de impasse na guerra na Ucrânia, e antes do Presidente eleito norte-americano Donald Trump tomar posse em janeiro, António Costa quer a UE a "fazer tudo o que for preciso para que a invasão russa seja derrotada e o direito internacional prevaleça", razão pela qual convidou Zelensky, de quem espera ouvir "opiniões sobre a melhor forma de a Europa apoiar a Ucrânia", ainda de acordo com a missiva.

Num momento em que a UE e os seus Estados-membros já avançaram com cerca de 125 mil milhões de euros de apoio à Ucrânia, para o país manter os seus principais setores de atividade mas também para se defender da Rússia, o objetivo do apoio comunitário é que Kiev fique numa posição mais forte face a Moscovo para, assim, conseguir negociar a paz.

Para 2025, está previsto um apoio financeiro de mais de 30 mil milhões de euros (12,5 mil milhões de euros do Mecanismo de Apoio à Ucrânia e de 18,1 mil milhões de euros dos empréstimos extraordinários), além do apoio de cerca de 30 mil milhões de euros já concedido até à data.

Apesar de não se esperarem novos anúncios para a Ucrânia, este primeiro Conselho Europeu de António Costa traz como novidade o método de trabalho dos líderes da UE, que após receberem Volodymyr Zelensky se vão concentrar em temas como as migrações, o papel da UE no mundo e noutras tensões geopolíticas, como no Médio Oriente.