Zelensky pede "garantias de segurança" e alerta para chegada do inverno
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje a necessidade de "garantias de segurança" para o seu país enfrentar a invasão russa a médio prazo, e de mais sistemas de defesa antiaérea no imediato, para sobreviver ao inverno.
"Esta é uma oportunidade para falar de garantias de segurança para hoje e amanhã. Estes dois dias [hoje e quinta-feira] de contactos com os líderes europeus são muito importantes para fortalecer o nosso exército", disse Zelensky, à chegada para um jantar com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, na Bélgica.
O Presidente ucraniano acrescentou que a "prioridade é o inverno", uma vez que a Rússia está a intensificar os bombardeamentos de infraestruturas energéticas civis responsáveis pelo aquecimento. Há localidades, como Kharkiv, onde as temperaturas podem atingir os -18 ºC.
Volodymyr Zelensky acrescentou que durante a tarde de hoje já se tinha encontrado com o homólogo francês, Emmanuel Macron, e que terá outras reuniões na quinta-feira.
O chefe de Estado ucraniano pediu mais sistemas de defesa antiaérea, que as Forças Armadas do país têm utilizado para debelar ataques com 'drones' (veículos aéreos sem tripulação), por exemplo, a infraestruturas energéticas.
Já o secretário-geral da NATO considerou que ao longo do jantar vai ser discutido "assegurar como é que, chegando a paz, se pode pensar na economia da Ucrânia".
Mark Rutte aplaudiu a iniciativa eslovena de aquisição de armamento, que tem em vista "não só comprar armas, mas fazê-lo para a Ucrânia".
"Isto significa que haverá mais armas para a Ucrânia e também mais dinheiro para a Ucrânia", completou o ex-primeiro-ministro dos Países Baixos.
O Presidente ucraniano está entre hoje e quinta-feira em Bruxelas para "negociações importantes" que "assegurem uma paz duradoura".
O Presidente da Ucrânia defendeu, na rede social X, que "qualquer questão fundamental com consequências para a Europa -- e acabar com a guerra que a Rússia iniciou contra a Ucrânia é sem dúvida uma delas -- requer um trabalho coordenado e eficaz" de todos os países do continente.
Também estão previstas reuniões com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o homólogo de França, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni.
O Presidente ucraniano vai participar na reunião do Conselho Europeu, na quinta-feira. O convite foi feito por António Costa em 01 de dezembro, dia de início de funções do ex-primeiro-ministro português, durante uma visita a Kiev, capital da Ucrânia, e depois de um encontro com Zelensky.
Um representante do Governo britânico de Keir Starmer também vai encontrar-se com o chefe de Estado ucraniano.