Alojamento turístico em alta e restauração e similares mais instáveis este ano, diz AHRESP
Um inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp) revelou que este ano o alojamento turístico reportou resultados acima de 2023, com o segmento da restauração e similares a mostrar maior instabilidade, segundo um comunicado.
De acordo com a associação, as suas 15 delegações físicas realizaram, entre os dias 12 e 13 de dezembro, um inquérito rápido para "tomar o pulso ao desempenho dos setores do alojamento turístico e da restauração em 2024 e avaliar as expectativas para a época festiva".
Os resultados mostram "a força do alojamento turístico, com mais de metade das empresas inquiridas a reportar um desempenho superior ao de 2023 e apenas cerca de 1/5 a referir que o ano foi pior do que o anterior".
Quanto às perspetivas para a passagem de ano, "52% das empresas espera atingir ocupações superiores a 80%", disse a associação.
De acordo com a Ahresp, o "perfil dos clientes do alojamento turístico revela a predominância de turistas nacionais no Natal e na passagem de ano", sendo que, no mercado internacional, "destaca-se Espanha, Estados Unidos e França como principais emissores, seguidos pelos Países Baixos, Bélgica e Canadá".
Por outro lado, na restauração e similares, "os resultados indicam um cenário mais heterogéneo, influenciado pela localização dos negócios", sendo que "41% das empresas afirma que 2024 foi melhor do que 2023, enquanto metade refere que foi pior ou igual ao ano anterior".
Segundo a Ahresp, "fica evidente que os negócios localizados em áreas de maior fluxo turístico têm registado desempenhos mais favoráveis".
Por outro lado, as expectativas para a época festiva na restauração e similares são moderadas: "40% das empresas esperam uma procura equivalente à de 2023, enquanto apenas 24% estão otimistas, aguardando um aumento". Quanto ao volume de negócios, 38% esperam um desempenho positivo, mas 58% acreditam que os resultados sejam apenas suficientes ou estejam aquém das expectativas criadas.
De acordo com a Ahresp, "os resultados do inquérito reforçam que levar mais turistas a todas as regiões do país é a solução para equilibrar o desempenho dos setores de alojamento turístico e da restauração e similares".
Para a associação, "as regiões com menor atratividade turística precisam de iniciativas estratégicas que as promovam e que fomentem a procura, a única forma de assegurar a sustentabilidade das empresas".
Segundo os resultados do inquérito, "de um modo geral, 2024 foi avaliado de forma ligeiramente positiva, sobretudo no alojamento turístico", mas mostram "setores marcados por contrastes, dependendo da localização e do tipo de operação".
A associação aproveitou para reforçar os alertas que tem feito, garantindo que "sem alívios na carga fiscal, que permitam promover um ambiente mais amigável e incentivar a fixação de pessoas e de empresas nos territórios de menor atratividade turística, especialmente os que estão localizados longe do litoral, poderá vir a agravar-se ainda mais as assimetrias regionais e a sustentabilidade" destes setores.