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Turismo Madeira

Governo tem esperança que greve no Réveillon da Madeira seja cancelada

Secretário regional do Turismo, Eduardo Jesus, salienta que negociações ainda estão em curso entre sindicato e patronato

Foto Helder Santos/Aspress
Foto Helder Santos/Aspress

O anúncio de um pré-aviso de greve dos trabalhadores da Hotelaria na Madeira para os dias de Fim-de-Ano, a se concretizar, pode vir a ser negativo para o sector e para a Região, mas a verdade é que o secretário regional de Turismo diz que os trabalhadores estão no seu direito, inclusive lembrando que há muito defende que dados os resultados alcançados nos últimos anos, este deveria reflectir numa melhoria das condições remuneratórias dos trabalhadores.

Hotelaria na Madeira avança com greve na passagem de ano

O Sindicato de Trabalhadores da Hotelaria vai avançar com uma greve na passagem de ano, entre os dias 30 de Dezembro de 1 de Janeiro, numa altura em que a unidades hoteleiras da Região vão estar lotados.

O governante reagiu, em exclusivo, ao DIÁRIO sobre a notícia de ontem à noite avançada pelo Sindicato da Hotelaria, que reivindica melhorias salariais que não estavam a ter reflexo na negociação em curso com a ACIF-CCIM, em nome das empresas. "A informação que nós temos, e eu ainda hoje de manhã tive a oportunidade de confirmar isso, ainda decorrem negociações", começou por frisar o governante.

"Portanto, eu admito que este anúncio de greve possa constituir uma forma de pressão que é legítima de uma das partes sobre a outra para condicionar no sentido do desejo dessa parte", analisa. Mas, "sobre a greve em si, se a mesma ocorresse, não seria necessariamente bom para a Madeira, porque é uma altura de grande procura", lembra.

Aliás, está prevista ocupação hoteleira bastante alta e a greve a 30 e 31 de Dezembro e a 1 de Janeiro poderia causar problemas sérios. "É um pico que nós temos cá, em que a Madeira está completamente ocupada no que diz respeito à oferta de camas", lembra, "e, por isso, prejudicaria o serviço a prestar e poderia deixar naturalmente alguma consequência que não é agradável para o destino", alerta.

Contudo, deixa claro que "a greve é um direito constitucional" e "nós respeitamos, por um lado, o direito à greve e respeitamos, por outro lado, o direito à negociação". Por isso, "enquanto a mesma decorrer, temos a esperança de ser capazes de chegar a um entendimento", frisa Eduardo Jesus.

Além disso, para recordar, "temos defendido, há muito tempo a esta parte, que o bom momento que o sector vive deve ser reflectido também nas condições salariais. Isso tem sido objecto de intervenção pública, não só do nosso Presidente, como também de mim mesmo". Por outro lado, "entendemos que há equilíbrios que têm de ser satisfários para não pôr em causa naturalmente a capacidade das empresas e dos empregadores", adverte.

Daí que, na defesa do "equilíbrio que se quer e esse equilíbrio deve decorrer desta negociação que está a acontecer", que o governante que estará em exercício de funções até à realização de eleições, acredita que haverá acordo entre as partes.