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Madeira

Situação política na Madeira é "completamente louca"

Alberto João Jardim acredita que com os "tiros nos pés" da oposição, Albuquerque pode ser beneficiado nas novas eleições

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Numa série de declarações contundentes feitas, esta noite, à SIC Notícias, Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional, abordou a actual crise política na Região e o recente colapso do Governo Regional liderado por Miguel Albuquerque, considerando tratar-se de uma "situação completamente louca".

O que se está a passar aqui na Madeira é uma coisa absolutamente louca.  A situação política na Madeira é uma situação muito esdrúxula Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional

A crítica de Jardim não se limitou ao âmbito regional, estendendo-se também à actuação do Governo da República, atribuindo as principais culpas desta crise, uma vez que, no seu entender, "não foi capaz de exercer a sua missão como deve de ser".

A República também está na base desta crise, porque desatou a fazer umas cenas, colocou em cheque e levantou a suspeição na opinião pública sobre políticos, empresários e as próprias instituições e dizendo este disparate que se diz em Lisboa, que há um tempo da política e um tempo da Justiça. Está errado. A Justiça e a Política são composição da mesma essência que é o Estado e ambas estão ao serviço do bem comum. Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional

A actual liderança do PS-Madeira, encabeçada por Paulo Cafôfo, também não passou incólume aos reparos do antigo governante, que destacou os "três tiros nos pés" dados num espaço de uma semana. "Começou por ilegalmente transferir a Moção de Censura. A seguir, conhecendo a população da Madeira, a primeira coisa que faz é propor uma coligação em que fazia parte uma organização comunista, que é o Bloco de Esquerda. Ora, aqui na Madeira, dizer que vai fazer uma coligação com o BE é a mesma coisa que dizer “faz favor votem no Miguel Albuquerque”. E, não contente com estes disparates, fez agora um terceiro: arranjou um cartaz tonto, em Lisboa, onde coloca o madeirense e o falar madeirense a ser gozado", sublinhou.

No que diz respeito a Miguel Albuquerque, Alberto João Jardim considerou que ele é o “nó do problema” na Madeira. No entanto, reconheceu que, por conta da "vitimização" promovida por vários sectores da República e dos erros da oposição, o actual líder do PSD-Madeira pode acabar saindo vitorioso, mesmo diante da crise. "Tudo corre a favor dele", afirmou, prevendo que Albuquerque possa até melhorar o seu desempenho nas próximas eleições. "Não me admiraria que ele fizesse agora um resultado melhor do que fez e continuava toda esta trapalhada da Madeira andar para trás", finalizou.