Teresa Anjinho aponta comunicação e confiança como desafios da Provedoria de Justiça europeia
A futura provedora de Justiça da União Europeia (UE), Teresa Anjinho, eleita hoje pelo Parlamento Europeu, apontou hoje a comunicação, a confiança e a consciência dos direitos como desafios para o seu mandato de cinco anos.
"Não basta ter experiência e conhecimento, é preciso reconhecer desafios e ter uma visão para o cargo", disse a ex-provedora de Justiça portuguesa aos jornalistas no Parlamento Europeu em Estrasburgo, momento após ter sido eleita com 344 votos dos eurodeputados.
Para o seu mandato, que começa com um juramento perante o Tribunal de Justiça da União Europeia em 27 de fevereiro, Teresa Anjinho identificou "um desafio de comunicação".
"Vai muito para além de falarmos todos a mesma língua, implica ouvir as preocupações dos cidadãos", considerou.
Por outro lado, há o desafio da consciencialização dos direitos, "não apenas da sociedade civil, mas também dos operadores".
Por fim, Teresa Anjinho apontou "um problema de confiança".
"E aqui a provedoria pode ter um papel importante, servindo de ponte entre instituições e cidadãos, num caminho de duas vias", afirmou.
Teresa Anjinho disse estar "muito feliz" com esta nomeação: "É um privilégio imenso ter conseguido a confiança deste parlamento".
"Irei continuar a trabalhar para manter esta confiança", afirmou.
Teresa Anjinho considerou ser importante que Portugal tenha conquistado este cargo europeu.
"É importante haver uma boa distribuição dos cargos de poder", considerou, destacando também o facto de ser mulher, o que "é importante pela questão da representação".
A provedora de Justiça da UE eleita considerou também ser um exemplo de que "se temos um sonho, temos coragem, devemos tentar".
"Por vezes os cidadãos europeus olham para instituições como realidades muito distantes. Consegui demonstrar que não estão assim tão distantes e todos podemos fazer parte ativamente, enquanto sujeitos, deste projeto europeu", realçou.