Moção de censura "chegou tarde", mas era "necessária"
Reacção de Élvio Sousa, líder do JPP, depois da queda do Governo
O líder do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, reagiu à aprovação da moção de censura que hoje derrubou o Governo Regional da Madeira, destacando o desrespeito pela democracia demonstrado pelo Executivo. O deputado considerou que a saída dos governantes durante a intervenção do JPP foi uma prova de "falta de educação" e um sinal do desprezo pelo Parlamento.
"Os madeirenses não tenham dúvidas do timbre que é feito e até de alguma falta de educação para a cidadania e a democracia, o que faz lembrar tempos onde este parlamento era desconsiderado por falta de democracia", afirmou Élvio Sousa. Durante a sessão, o deputado criticou a postura do Governo ao abandonar a sala enquanto o JPP apresentava factos que considerou "indesmentíveis".
Élvio Sousa também apontou o atraso na apresentação da moção de censura, atribuindo responsabilidades ao PS, que permitiu, segundo ele, "mais um mês de infortúnio" ao adiar o desfecho político. “Se não fosse a mãozinha que o PS deu, íamos para eleições em Janeiro e tínhamos orçamento no final de Fevereiro ou Março”, disse.
Respondendo às declarações do presidente do Governo Regional sobre um alegado cenário de "catástrofe" caso não haja orçamento, o líder do JPP rejeitou o alarmismo, dando como exemplo o financiamento do novo hospital. Segundo Élvio Sousa, os recursos estão assegurados através do regime de duodécimos, que prevê a reprodução das despesas do orçamento atual para o próximo ano. “O hospital tem reservado no regime do duodécimos 45 milhões de euros, e o Governo só tem que acelerar o concurso. Não o fez por incompetência”, explicou.
O líder do JPP voltou a criticar o processo de indigitação de Miguel Albuquerque em Maio deste ano, acusando o Representante da República de falta de rigor. “Agora queremos que o Representante da República tenha a mesma pressa que teve em Maio de 2020, quando deu posse a Miguel Albuquerque sem um documento escrito de garantia”, sublinhou.
Élvio Sousa defendeu que o único caminho para a Madeira é a convocação de eleições antecipadas, apelando ao representante da República para agir rapidamente. “Não há outro caminho”, concluiu.