PIB da Madeira de quase 7 mil milhões de euros é o maior aumento do País
Em 2023, o Produto Interno Bruto cresceu 4,5% em termos reais (excluindo o efeito da variação de preços)
O sector 'Informação e Comunicação' registou uma quebra pronunciada de -18,2%. Os restantes nove ramos de actividade tiveram desempenho positivo
O Produto Interno Bruto na Região Autónoma da Madeira (RAM) atingiu os 6.989,6 milhões de euros em 2023, traduzindo crescimentos de 11,5% em termos nominais e de 4,5% em termos reais (ou seja, excluindo o efeito da variação de preços), segundo a informação hoje publicada pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), de acordo com a primeira estimativa do INE.
No primeiro caso (em termos nominais), apenas a Grande Lisboa (+11,7%) superou a RAM, mas no segundo (em termos reais) a RAM foi mesmo a que mais se destacou entre as 9 regiões NUTS II, assinala a DREM.
De acordo com a autoridade de estatística, a média nacional fixou-se nos +9,6% na variação nominal e +2,5% na variação real. Acima da média nacional em termos de crescimento real, além da RAM (+4,5%) e da Grande Lisboa (+3,3%) , encontram-se a Região Autónoma dos Açores (+3,4%), o Algarve (+3,3%) e o Oeste e Vale do Tejo (+2,9%). Em termos reais, as performances mais modestas foram do Alentejo (+0,4%), Centro (+1,4%), Península de Setúbal (+1,7%) e Norte (+2,3%).
De facto, com excepção da 'Informação e Comunicação' (-18,2%) que teve uma queda pronunciada, o desempenho da RAM resulta da evolução favorável dos restantes nove ramos de actividade da desagregação das actividades económicas.
Assim, por ramo de atividade, em 2023, destacam-se os crescimentos reais do Valor Acrescentado Bruto (VAB) das 'Actividades financeiras e de seguros' (+12,3%), da 'Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca' (+10,3%), das 'Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio' (+7,2%), das 'Indústrias extrativas; indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição' (+7,1%) e do 'Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração' (+6,7%), continuando este último ramo a ser aquele que mais contribui para o VAB regional (35,1%).
Os restantes quatro ramos de actividade cresceram abaixo da média regional, destacando-se a 'Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social' (+4,1%), cujo VAB tem forte contributo do sector institucional das Administrações Públicas, e que concentra 25,2% do VAB regional. O terceiro maior contributo vem das actividades imobiliárias (9,3% do VAB), que cresceu 3,8% em termos reais.
PIB por habitante na RAM acima da média nacional
Quanto ao PIB por habitante, em 2023, o mesmo ascendeu aos 27.369 euros na Região, acima da média nacional, que foi de 25 277 euros. A Grande Lisboa (39 942 euros) foi a única Região a superar a RAM, pois o Algarve (27 303 euros), tradicionalmente a segunda região com o PIB por habitante mais elevado foi, em 2023, ultrapassado pela RAM. D
"De facto, foram estas as únicas três regiões a superar a média nacional, com a Península de Setúbal a se posicionar como a região com um PIB por habitante mais baixo (17 069 euros), seguido do Oeste e Vale do Tejo (19 603 euros), do Norte (21 509 euros) e do Centro (21 753 euros)", observa a DREM. Um pouco mais próximos da média nacional, mas ainda assim abaixo da mesma, encontram-se o Alentejo (23 910 euros) e a RA Açores (22 346 euros).
Para a Região, os índices de disparidade do PIB por habitante face à média nacional (PT=100) e face à média da União Europeia (UE27=100) foram de 108,3 e de 87,2, respectivamente.
Quanto à produtividade aparente do trabalho, que corresponde ao rácio entre o VAB e o Emprego, esta fixou-se em 47 684 euros na RAM, situando-se acima do valor nacional (44 820 euros).
"O INE deverá apresentar os valores definitivos para 2023 daqui por um ano, sendo que, devido à pequena dimensão da economia da Região, as revisões poderão ser de algum significado", ressalva a DREM.
Crescimento da economia da RAM em 2022 revisto em alta pelo INE para 16,5%
Fechada está já a informação para o ano de 2022, que revela que o PIB regional atingiu os 6.265,7 milhões de euros, traduzindo um crescimento de 23,5% em termos nominais e de 16,5% em termos reais face ao ano anterior.
"Num ano ainda de recuperação pós-pandemia da COVID19, apenas o Algarve superou o desempenho da RAM, com um crescimento real de 20,7%, seguido da Grande Lisboa (+9,1%), constituindo estas três regiões as únicas que superaram a média nacional (+7,0%)", observa a DREM. O Alentejo registou o desempenho menos expressivo (+1,7%), abaixo do Centro e do Oeste e Vale do Tejo (+4,1%, em ambos os casos), do Norte (+5,2%), e da R.A Açores (+6,3%).
'Informação e Comunicação' valorizou 64,2% em 2022
As actividades que mais contribuíram para o crescimento económico verificado em 2022 foram a 'Informação e Comunicação', cujo VAB aumentou 64,2% em termos reais, o 'Comércio por grosso e a retalho'; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração” (+36,0%) e as 'Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares'; 'atividades administrativas e dos serviços de apoio' (+32,6%).
Em 2022, os índices de disparidade face à média nacional e face à média da União Europeia (UE27) da Região foram de 106,1 e 82,1, respectivamente, indica a DREM.
"A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, a componente principal do investimento) realizada na RAM, em 2022, fixou-se nos 1 045,5 milhões de euros, o que representou um crescimento, face ao ano anterior, de 8,8%, inferior ao observado no País (+13,1%)",. acrescenta.
Por sua vez, o rendimento disponível bruto (RDB) das famílias da RAM aumentou 11,4%, em 2022, fixando-se, no rácio por habitante, nos 15 408 euros, traduzindo um índice de disparidade face à média nacional de 99,2, ou seja, situando-se apenas 0,8 p.p. abaixo da referida média.
Por região NUTS II, a liderança neste indicador em 2022 coube ao Algarve (122,8), seguido da Grande Lisboa (119,9) e Alentejo (100,6), as únicas acima do valor 100. Muito próximo do valor de referência encontram-se as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira (99,2 em ambos os casos) e a Península de Setúbal (99,0). Por sua vez, o Norte tem o pior desempenho (89,3).