Maioria defende limite horário na ‘noite’ madeirense
Questionário avaliou o impacto dos horários de encerramento dos espaços recreativos nocturnos na qualidade de vida das comunidades
No fecho da conferência/debate ‘Pensar o Futuro’ que abordou o Ruído e ia dando barulho entre as dezenas de presentes e intervenientes, Nelson Carvalho, psicólogo e director da UCAD - Unidade de Comportamentos Aditivos e Dependências, reservou para o final os resultados da Região no questionário nacional sobre o impacto dos horários de encerramento dos espaços recreativos nocturnos na qualidade de vida das comunidades.
Das 711 respostas obtidas a nível nacional, 322 foram de residentes na Região (229 residentes no Funchal), onde a esmagadora maioria dos madeirenses (82,6%) defende que deve existir um limite para o horário de encerramento. Entre o significativo número de madeirenses inquiridos, a grande maioria, 166, considera o horário entre a meia-noite e as 2 da manhã (das 00h às 02h) como o mais adequado para o encerramento. Número significativamente superior aos 66 que apontaram que o horário de encerramento deveria ocorrer entre as 22h e as 00h, ou aos 65 que indicaram o horário entre as 02h e as 04h como o mais adequado para ‘fechar’ a noite madeirense.
Resultados do questionário que tem como objectivo recolher informações e opiniões da população acerca do impacto dos horários de encerramento de espaços recreativos nocturnos, tais como bares, discotecas e parques, em áreas residenciais e comerciais, para melhor compreender os possíveis impactos no bem-estar e segurança da comunidade, além das percepções sobre a adequação dos horários actuais de encerramento.
Ainda no que diz respeito ao universo de participantes da RAM, 41,3% responderam que o horário actual interfere com o seu bem-estar e quando questionados se os espaços recreativos nocturnos sem um limite de horário contribuem para o aumento dos distúrbios na comunidade, eis as questões que obtiveram resultado mais relevantes: aumento do ruído (80,4%); aumento da violência (76,5%); aumento dos actos de vandalismo (70,2%); aumento do tráfico de substâncias ilícitas (69,3%); aumento do consumo de substâncias (65,7%); aumento de acidentes (54,3%).
Nota quianda para os 87,9% que acreditam que a imposição de um horário de encerramento beneficiaria a comunidade/município.
Metade dos participantes madeirenses costuma frequentar espaços recreativos e 34,2% vive perto de espaços recreativos nocturnos das quais 57,1% já tiveram problemas/incómodos por espaços abertos até tarde.
À questão se considera que os horários de encerramento actuais são adequados, 42,1% respondeu ‘não’ e 35,6%, ‘sim’. Para os restantes 22,3% ‘indiferente’ foi a resposta
Neste questionário anónimo que procura identificar pontos de vista sobre possíveis regulamentações e as suas consequências para a comunidade e o comércio local e contribuir para a formulação de possíveis propostas de regulamentação dos horários de encerramento, além do madeirense Nelson Carvalho, eis os demais responsáveis: Fernando Mendes, Marisa Costa, Maria do Rosário Mendes, Diana Carrasqueira , Beatriz Sousa, João Cascalho. Alexandre Durães, Paulo Anjos e Inês Cravo Roxo.