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Madeira

“Houve quase uma cegueira no sentido de promover bares a torto e a direito”

Martinho Correia, representante dos moradores da Zona Velha

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Foto Rui Silva/ASPRESS

“Hoje a Zona Velha tem metade dos moradores que tinha há 30 anos”, começou por apontar Martinho Correia, representante dos moradores da Zona Velha, para concluir que a culpa do actual estado de coisas deve-se “à gestão completamente errada” dos diferentes executivos camarários.

“Houve quase uma cegueira no sentido de promover bares a torto e a direito”, denuncia.

Aponta o consumo de álcool como principal causa do ruído perturbador que torna as noites dos residentes num ‘descanso de insónias’.

“Foram às dezenas os que não conseguiam dormir de noite e tinham que tomar medicação. Foram às dezenas os moradores que tinham de ir para casas de amigos para dormir. Foram às dezenas as crianças que iam para a escola a dormir”, lembrou.

A este retrato assegura que ao longo dos anos foram às dezenas “as agressões, as rixas a torto e a direito. Será que isto não é suficiente?”, questionou.

Na opinião deste morador o que faz falta é aplicar a lei do ruído. Caso contrário irá manter-se “o espectáculo miserável”.

Contou que em tempos chegou a ceder a sua casa para quem quisesse ‘sentir na pela realidade dos moradores.

“Até cedi a minha casa para perceber como é que (não) se vive ali”, declarou.

De resto, criticou o abaixo-assinado dos empresários ao ponto de afirmar que “é preciso ter um pouco de lata”, numa alusão ao promotor da petição.

Criticas também dirigidas ao DIÁRIO. Não só por entender que foi usado para fazer propaganda para alguém, no caso da notícia do abaixo-assinado a favor dos empresários, e por entender que esteve “ausente durante muitos anos dos problemas que preocupam a Zona Velha”.