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Madeira

Proposta de regulamento do ruído da CMF “é equilibrada e tem bom senso”

Por cada hora a mais os problemas aumentam entre 13 e 41%, aponta Nelson Carvalho, director da UCAD

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Foto Rui Silva/ASPRESS

A conferência/debate ‘Pensar o Futuro’ sobre o Ruído promete dar que falar.

Nelson Carvalho, psicólogo e director da UCAD - Unidade de Comportamentos Aditivos e Dependências admitiu também gostar da noite e também por isso “não podemos diabolizar a noite”, para considerar a proposta de Regulamento do Ruído que a Câmara Municipal do Funchal propõe para a Zona Velha “é equilibrado, tem bom senso. Tem em conta os empresários e tem em conta a população”, considera.

Nelson Carvalho diz mesmo que “os empresários não vão perder dinheiro”, justificando a afirmação com questões de saúde pública. Em causa a “evidência científica” que comprova que por cada hora a mais de bares e diversão durante a noite “aumenta a sinistralidade rodoviária, a violência e os desacatos”, problemas que variam “entre os 13 e os 41 por cento”.

O psicólogo entende que importa alterar comportamentos na noite funchalense.

“Temos que educar e fazer com que a noite comece e acabe mais cedo”, e não manter o actual modelo madrugador.

“Porque é que temos que acabar a noite ao amanhecer?”, questionou.

Adverte que importa não centrar apenas a atenção na questão económica dos empresários da noite. Neste particular assegura que “o Estado não ganha dinheiro com o álcool”, numa alusão entre as receitas arrecadas com a taxa do álcool e despesas, bem superiores, com as questões de saúde que resultam dos excessos.

“Tem de haver critérios, tem de haver bom senso. É claro que [o regulamento do Ruído] não vai agradar a toda a gente mas vai agradar o mais possível”.

Até porque a proposta de regulamento da CMF é feita com base na evidência científica e nas práticas já adoptadas em grandes cidades.