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Aparentemente estamos num fim de ciclo… a sustentabilidade e a responsabilidade sociais parecem dar lugar, cada vez mais, a um “que se lixem os outros”, e em que estamos mais preocupados com as aparências do que com a substância.

Isso vê-se com o crescimento das direitas na Europa, com a eleição de Trump nos EUA, e com a crescente posição antissemita de todos os ingénuos da Europa e da América.

E vê-se com o crescimento de um turismo cada vez mais centrado nos interesses do turista, que cada vez mais dá peso a quem recebe este turismo, e como “quem recebe” entendo todos os intervenientes no sistema… desde a população, às empresas e às instituições públicas dos destinos.

A situação é particularmente grave quando há conflitos de interesses, entre o que é bom para o destino e o que é bom para (alguns) empresários deste destino, e quando há choques claros entre os interesses da sustentabilidade e os da, por exemplo, construção civil… e/ou do imobiliário.

Preocupa-me, muito, que se continue a priorizar o número de visitantes ao invés dos outros números que este visitante, sendo mais bem escolhido, ou meramente escolhido, poderia vir a gerar sem os inconvenientes de um crescente aumento da pressão turística na Região.

Preocupa-me que uma administração pouco capacitada para a gestão do turismo não consiga fazer mais do que reagir perante as situações, mostrando sistematicamente ser incapaz de fazer seja o que for para um ter uma postura mais pro activa.

A Madeira não precisa de mais turistas… a Madeira precisa de melhores turistas.

Mas até interiorizarmos isto, e enquanto não fizermos disto a base do plano estratégico da Madeira não vamos sair da cepa torta. E continuaremos a apostar no bas fond do turismo global… cruzeiros e Ryanair.

Penso que vai aguentar até eu me reformar… mas não aguentará muito mais.