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Rússia fará tudo para se manter em território sírio

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O ministro da Defesa turco, Yasar Güler, afirmou hoje que a Rússia fará todos os possíveis para permanecer na Síria, avisando que Moscovo já está a negociar com o governo de transição após a queda de Bashar al-Assad.

Os russos "farão tudo o que puderem para ficar", disse Yasar Güler, assegurando que "as autoridades russas já disseram que querem permanecer na Síria e que estão a negociar com o novo governo sírio".

"Até ao momento não há sinais concretos de que a Rússia tenha retirado completamente as suas unidades da Síria", acrescentou Güler, num encontro com a imprensa em Ancara.

O governante turco disse ainda que "a Rússia reuniu as suas unidades -- de vários tamanhos e espalhadas por vários locais da Síria -- em Tartus e Latakia", as duas províncias do noroeste onde Moscovo tem bases militares.

"Podem ter levado alguns navios para a Rússia para manutenção ou trocas, mas não creio que saiam de lá", ressaltou o ministro, referindo-se à base naval russa em Tartus, estabelecida em 1971 e único ponto de apoio à sua frota no Mar Mediterrâneo.

Güler negou, no entanto, que Ancara esteja a ajudar Moscovo a retirar as suas tropas por via aérea, refutando assim as alegações divulgadas na passada segunda-feira por alguns meios de comunicação turcos.

"Dissemos-lhes [às autoridades russas] que lhes poderíamos prestar o apoio necessário neste processo. Mas nesta matéria não nos pediram nada", esclareceu o ministro da Defesa.

Güler negou também que Assad tenha atravessado o espaço aéreo turco no voo para Moscovo, no passado fim de semana.

"A alegação de que Bashar al-Assad usou o nosso espaço aéreo quando fugiu da Síria não está correta", vincou.

No final de uma ofensiva de 12 dias, a coligação rebelde dominada pelo HTS, ou Organização de Libertação do Levante, derrubou no domingo o poder de Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia com a família.

Mohammad al-Bashir foi nomeado primeiro-ministro na terça-feira para liderar um governo de transição até 01 de março.