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Anti-chavistas refugiados em embaixada argentina pedem que Brasil "redobre esforços"

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Os anti-chavistas desde março refugiados na residência da Embaixada argentina na Venezuela, sob proteção do Brasil, instaram, sábado, Brasília a "redobrar esforços" para que o Governo venezuelano lhes conceda passagem segura, após três semanas de "cerco policial".

O opositor Pedro Urruchurtu, um dos seis requerentes de asilo, apelou ao Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para dar "um sentido de urgência muito maior" ao caso e "entender que esta situação pode claramente piorar".

"O Brasil tem de tratar esta questão em consonância com a urgência do caso, entendendo que é uma situação que, em qualquer outro país do mundo e em qualquer outra dinâmica, é inaceitável, porque representa a violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas - que é o que o cerco de uma sede diplomática significa", declarou o opositor ao regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, numa videoconferência de imprensa.

Desde agosto, a embaixada está sob proteção brasileira -- após a expulsão de diplomatas argentinos, em resposta à rejeição pelo Governo do Presidente argentino, Javier Milei, da polémica reeleição de Maduro para a Presidência da Venezuela.

Mas o Governo venezuelano revogou em setembro a autorização dada ao Brasil, devido ao alegado planeamento de atos terroristas no interior da embaixada por parte dos requerentes de asilo.

Agradecendo à Argentina por ter concedido o asilo e ao Brasil por ter assumido a custódia, Urruchurtu apelou para que, tendo em conta o "cerco policial" no exterior do edifício desde 23 de novembro e o corte de eletricidade já denunciado, haja "maior coordenação e articulação" entre estes dois países, especialmente antes que "seja demasiado tarde".

Por sua vez, Magalli Meda -- também cidadã venezuelana ali refugiada - pediu a Lula e a Milei que "façam esforços imediatos para conseguir" uma negociação centrada nos salvo-condutos, uma vez que as condições no local "são cada vez mais complicadas".

"O regime [de Maduro] decidiu usar esta embaixada como um mecanismo de coerção e de pressão perante tudo o que eles acham que pode minar as suas hipóteses de permanecer no poder", explicou.

Em entrevista à agência de notícias espanhola Efe, o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Mauro Vieira, declarou que o seu Governo está a manter "contactos" e "não negociações" para obter salvo-condutos para os seis opositores.

"Desde que se soube que os seis venezuelanos estavam na embaixada argentina, estamos tentando mediar a saída deles, agora ainda mais, porque temos a responsabilidade e a proteção dos interesses argentinos em Caracas", afirmou o chefe da diplomacia do Brasil, insistindo que é "indispensável" a concessão destes salvo-condutos.

Na residência, além de Meda e Urruchurtu, encontram-se Omar González, Claudia Macero, Humberto Villalobos -- todos funcionários do partido Vem Venezuela, liderado por María Corina Machado -- e o ex-ministro Fernando Martínez Mottola, conselheiro da oposição maioritária.