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2025, um ano de muitas decisões!

Há muito que eleições antecipadas eram planeadas nas catacumbas do PSD-Madeira. Não se esperava é que fosse desta maneira. Nem numa altura em que estivessem com a popularidade tão em baixo. Procuravam garantias de uma maioria absoluta, sem necessidade de bengalas.

Para os que desvalorizaram as investigações do Ministério Público, têm aí o impacto político das mesmas. Um governante não pode ter sobre si suspeitas sérias e graves como as que foram levantadas.

A luta contra a corrupção e má gestão de dinheiros públicos é assunto sério e deve preocupar-nos pelo impacto que isso tem no nosso dia-a-dia. Para começar, o dinheiro é um bem escasso e o dinheiro que existe nos orçamentos de Estado advém dos nossos impostos.

Até às eleições, vai ser um regabofe de notícias a anunciarem que obras vão parar e que à conta do chumbo do orçamento mil e uma medidas ficam suspensas. Esta é a estratégia de quem quer se manter no poder. Agora pergunto – poderíamos manter-nos neste clima de suspeição por 4 anos? Evidentemente que não. É preciso ter uma confiança mínima em quem nos governa. Coisa que não existe. O sistema está podre com demasiados “poderes instalados”. Dizer que estes já sabem como fazer e se forem outros para o lugar vão lapidar o que ainda existe é ser conivente com esta situação.

Atrevo-me a dizer que esta trapalhada poderia ter sido evitada se alguns dos partidos que obtiveram representatividade na Assembleia Legislativa Regional tivessem tido discernimento do que era preciso fazer para evitar esta situação, já em junho. Mas, a sede de poder é grande e até se babavam com os seus egos inflamados.

É provável que tenhamos eleições em 2025. Isto é o que deseja Miguel Albuquerque para garantir a sua manutenção no poder. Desta forma, procura evitar uma tentativa de alternância dentro do PSD-Madeira. Daí os apelos constantes à unidade do partido. Quem tanto dividiu agora prova do seu próprio veneno.

Poderia haver outra solução? Sim. Poderia. Se os partidos que estão na oposição tivessem verdadeiro sentido de Estado e se apercebessem que a Madeira precisa de um governo que limpe esta imagem de desgovernados e dessem garantia de um governo focado em trabalhar pelo bem comum. Teriam de chegar a acordo entre si, colocando na governação pessoas válidas. E existem pessoas válidas em todos os partidos. Como também existem independentes que poderiam ser chamados a trabalhar pelo bem da Madeira.

Honra seja feita a alguns que verdadeiramente trabalham por uma solução alternativa. Reconheço que colocar todos de acordo nesta solução é uma tarefa difícil que exige criatividade, cedência, confiança entre parceiros e empenho para uma verdadeira solução governativa. A maior parte dos partidos trabalha no fogo de vista e estão focados em eleições à procura de aumentar a sua votação para jogar à bisca entre si. E pensam em negociatas e migalhas que garantam lugares, ou jeitinhos.

Indo a eleições (a hipótese mais provável), é preciso pensar bem no sentido que vamos dar ao voto. Por aqui, já expliquei, várias vezes, o impacto do método de Hond’t na atribuição de mandatos a cada partido. É preciso analisar como cada partido que conseguiu chegar ao Parlamento Regional se comportou nestes últimos 6 meses e avaliar se continuam a merecer o nosso voto, ou se é preciso mudar.

Certo é que este governo está eleito com o voto de 36,13% dos votantes e apenas 19,29% do total do número de eleitores. Votar é importante para tornar a governação mais representativa e expressar o que se deseja para o futuro da nossa Região. É preciso responder à pergunta – Aceita-se esta forma de governar? Castiga-se quem se anda a comportar mal? E em quem apostar?

Para poder haver uma alternância, é preciso compreender que votar em partidos muito pequenos é desperdiçar uma oportunidade de se constituir uma alternância política estável. As votações ocorridas nas últimas eleições assim o demonstram. Se calhar, é preciso concentrar a votação nos partidos que podem fazer a diferença.

É preciso avaliar as decisões que cada partido tomou nestes últimos meses e se o seu discurso foi coerente com as suas ações. Existem soluções perfeitas? Não, não existem, mas, se calhar, a solução é escolher o mal menor. É preciso apostar, tal como apostamos quando fazemos o Euromilhões, ou na lotaria, sem termos a certeza do que vai acontecer. Mas, se não apostarmos, nunca teremos a chance de ficarmos melhor.

2025 será um ano para clarificarmos o que realmente queremos. Sem cegueiras, nem fundamentalismos. Com abertura de pensamento. Tal como o fim do ano nos convida a refletir sobre a nossa vida durante o ano em curso e fazer votos por uma melhor vida no próximo ano, saibamos também refletir sobre o futuro da nossa Região. Ninguém gosta da nossa terra como nós e queremos o melhor para todos. Um bom ano de 2025! Que seja um ano de boas decisões.