Apoia os teus amigos. Valoriza o que eles valorizam.
Parece que existe muita gente que tem um gosto especial em cravar a unha nos que são mais próximo
Temos muito o hábito de criticar antes sequer de analisarmos ou de darmos oportunidade a que algo funcione. Há quem diga que é cultural. Se assim é no nosso dia a dia, muito mais se enquadra quando estão em causa os nossos amigos. Parece que existe muita gente que tem um gosto especial em cravar a unha nos que são mais próximos. Umas vezes por uma questão de inveja, outras por simples competição, visões conservadoras ou estilos mais negativos. Assim mais ou menos como os que começam sempre as frases com um “Não”. Olha-se muito mais para o que pode correr mal do que para o que pode correr bem. É a tendência natural do bota abaixo em que parece por vezes muito mais simples para alguns conviver com o sucesso dos desconhecidos do que dos que convivem todos os dias connosco. Como se o sucesso dos que estão aqui nos fizesse comichão, nos rebaixasse ou nos tirasse valor. Um género de provincianismo que nos teima em perseguir e que tem naturalmente reflexos no humor dos outros.
Por vezes gozamos nas costas, outras temos dificuldade em promover aquilo que nos chega dos nossos amigos, desleixamo-nos com o que parece mais simples e indiferente e esquecemo-nos de demonstrar que estamos ali para eles, que estamos atentos ao que fazem ou dizem e de lhes prestar uma palavra bonita, seja de conforto ou de congratulação. E é tão fácil tirarmos um sorriso deles, basta vermos um pouco com os seus olhos, metermo-nos nos seus sapatos e pensarmos no que gostaríamos que fizessem se fosse ao contrário. Às vezes parece que até nos deixa uma espécie de conforto não darmos a devida atenção às suas conquistas e concretizações, aos seus anseios e necessidades. O que se torna paradoxal uma vez que estamos a falar dos nossos amigos, daqueles a quem supostamente desejamos o melhor, aos que estão ali para além de tudo e que não nos deixam cair quando estamos em baixo.
Devíamos fazer um esforço para entender que as demonstrações positivas de apoio e de suporte deviam aparecer de forma natural e orgânica nos momentos mais básicos ou superficiais em que podemos de forma tão leve mudar o dia de alguém, demonstrarmos que estamos atentos ao que eles fazem, ao que produzem e ao que querem que se veja. Dou um exemplo das redes sociais. Há muita gente que vê tudo e é incapaz de colocar um like no que quer que seja, como se isso fosse um selo lacrado, como se custasse dinheiro ou tempo ou minorizasse quem o faz. Existem amigos que nunca são capazes de demonstrar com um “gosto” os posts dos mais próximos que seriam uma pequena demonstração de afeto e atenção ao que estão a fazer. Se as pessoas decidem colocar algo público é porque querem partilhá-lo, porque de alguma forma acham importante ser visto, porque muitas vezes esperam do outro lado uma validação. E sim, pode parecer superficial mas é um exemplo simples de algo que não custa absolutamente nada fazer e mesmo assim muitas vezes não fazemos.
Mesmo que possamos não concordar com certas coisas, que outras nos pareçam simplesmente irrelevantes ou inócuas, é bom apoiarmos o que os nossos fazem, mostrarmos que estamos ali, não só a ver mas a entregar uma espécie de suporte emocional. Isto vale para as mais diversas situações da nossa vida. Se algo é importante para os nossos amigos nós devemos demonstrar o nosso apoio, a nossa atenção e a nossa consideração. Isso é fundamental para eles como é para nós porque no fundo são eles quem mais importa. É nessa valorização que se constrói também a amizade, nos pequenos gestos, nas atitudes mais pequeninas, no dar a entender que estamos ali para o que der e vier.