Ataque israelita em Gaza provoca pelo menos 17 mortos
A Proteção Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, indicou que 17 pessoas morreram ontem em ataques israelitas na Faixa de Gaza, um deles contra uma escola administrada por uma agência da ONU que abriga palestinianos deslocados.
"Aviões de combate israelitas atacaram a escola Al-Majida Wassila, a oeste da cidade de Gaza", no norte do território, matando sete pessoas, incluindo mulheres e crianças, disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, à agência noticiosa francesa AFP.
Contactado pela AFP, o Exército israelita indicou que estava a examinar os factos.
A AFP adianta que a escola é gerida pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), mas, tal como muitos outros estabelecimentos do género, foi transformada num abrigo improvisado para pessoas deslocadas pela guerra na Faixa de Gaza, que já dura há catorze meses.
Israel alega que os militantes armados do Hamas, que atacaram território israelita tomando centenas de reféns em 2023, se escondem entre os civis, usando-os como "escudos humanos".
Telavive acusa ainda a UNRWA de estar infiltrada por militantes do Hamas, que usam as suas instalações para se defenderem e montarem ataques contra as forças israelitas.
A grande maioria da população de Gaza foi deslocada para vários locais, de norte a sul, consoante a intensidade dos ataques, muitas vezes repetidamente.
Mahmoud Bassal disse também que outro ataque israelita ocorreu durante a tarde contra edifícios no município de Deir al-Balah, no centro de Gaza, matando o autarca da cidade, Diab al-Jarw, "bem como pelo menos outras nove pessoas".
O Exército israelita admitiu, em comunicado, que tinha como alvo Diab al-Jarw no ataque à "zona humanitária de Deir al-Balah", acusando-o de ser "um agente da ala militar do Hamas".
O ataque do movimento islâmico Hamas no sul de Israel a partir da Faixa de Gaza, a 07 de outubro de 2023, levou à morte de 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contabilidade da AFP baseada em dados oficiais e incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.
A ofensiva israelita em retaliação já causou pelo menos 44.930 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela ONU.