A prenda de Natal
Mesmo com o Natal à porta, o atual contexto político não deixa ninguém indiferente e não há comentador que não se sinta tentado a escrever ou falar sobre o chumbo do orçamento, a moção de censura e as inevitáveis e diretas consequências para os madeirenses.
Desde logo é preciso que se saiba separar os dois pontos de vista de uma mesma realidade, por um lado pela ótica da oposição cuja única mira é atacar e derrubar o Governo e por outro a visão de quem governa e procura zelar pelo interesse da Madeira.
Uma dualidade de pensamento que esteve mais patente do que nunca nesta última semana, com o Governo Regional a apresentar um dos maiores senão o maior orçamento de sempre, com a previsão da redução da carga fiscal; de aumentos salariais; de investimento público acompanhando a trajetória que tem vindo a ser seguida ao longo dos anos; a continuação da construção de fogos a custos controlados, dirigido essencialmente à classe jovem, políticas de apoio à área social, à educação à cultura, entre muitos outros.
Já do lado da oposição, obviamente nada disto lhe interessa, andou anos e anos a apelar ao voto dos madeirenses para evitar uma maioria absoluta, prometendo as mais milagrosas soluções para a Madeira, e quando a maioria relativa chegou o que é que aconteceu? Interesse pelos madeirenses zero, negociação sobre o orçamento zero, alternativas zero. Não tenham dúvidas, o único foco é galgar a Estrada Monumental e entrar na Quinta Vigia e nada mais.
Qual a sua responsabilidade política pelos madeirenses e mesmo por aqueles que os elegeram?
E a questão mais importante de todas, qual é a capacidade governativa desta oposição? Vamos entregar a Madeira a quem?
E os argumentos que usam, além de falsos são gritantes, uns dizem-se chocados com o orçamento demasiado ambicioso, outros alegam que o mesmo não acautela os nossos jovens nem a área social, mas o mais grave é nos tentarem convencer que a não aprovação do orçamento de 2025 nada prejudica a vida dos madeirenses. Certamente não sabem do desespero de quem precisa de medicação que tarda a chegar; não sabem de quem dá tudo de si em projetos culturais que ficarão pelo caminho; de quem há muito aguardava aumentos salariais que não de vão concretizar; de obras públicas estruturantes que correm sérios riscos de não avançar, entre muitas outras situações.
E a desculpa é sempre a mesma: que o Presidente Miguel Albuquerque é obrigado a se afastar por estar na condição de arguido, estranhamente a mesma condição que não impediu que António Costa subisse à Presidência do Conselho Europeu, após uma encomendada demissão. Em que ficamos então, há presunção de inocência para uns e não há para outros, há perda de confiança política numa situação e na outra já não há? Haja coerência! Já chega de aproveitamento político duma situação que objetivamente nada alterou.
Enquanto isto a Madeira goza de um nível de desenvolvimento e atratividade ímpar que não podemos perder.
O sucesso da Madeira é o grande pedregulho no sapato da oposição. E peço ao Pai Natal que seja esse mesmo pedregulho que lhes caia no sapatinho porque se assim for, no nosso teremos estabilidade e paz social.
Um Santo e Feliz Natal!