Francisco Gomes lamenta défice de recursos humanos no SIRP
O deputado Francisco Gomes lamentou, hoje, a falta de empenho do governo em reforçar os serviços de segurança e pediu esclarecimentos sobre o plano de Vítor Sereno para enfrentar esta lacuna. O parlamentar madeirense interveio numa audição realizada no parlamento nacional, na qual questionou o embaixador sobre assuntos que considera prementes para o exercício das funções para as quais foi indicado.
O deputado do Chega questionou qual a proposta "para recrutar, formar, treinar e reter os melhores talentos? Sem pessoas qualificadas, o SIRP continuará a ser incapaz de cumprir plenamente a sua missão de proteger os interesses estratégicos do país?"
Desde logo, o deputado eleito pelo CH reconheceu o papel estratégico do SIRP como "uma pedra angular na segurança do Estado", especialmente num contexto internacional caracterizado por "volatilidade, incerteza e ameaça constante". "A informação é poder", afirmou, sublinhando que o líder do SIRP tem ao seu alcance um aparato logístico de implicações críticas, tanto para o país como para a sua posição no cenário internacional.
Um dos pontos por si trazidos à discussão foi a caracterização de Vitor Sereno feita pelo jornal 'Expresso', que o descreve como “um porreiraço”, “um pintas” e um “relações-públicas com irreverência”. "Não é responsável pelo que o ‘Expresso’ escreve, mas não podemos ignorar a questão: Identifica-se com esta descrição? Considera-a justa? E mais importante, são estas as qualidades que os portugueses querem ver no homem que terá acesso aos segredos mais sensíveis do Estado?", questionou.
Na sua intervenção, o parlamentar abordou igualmente a política de imigração, classificando-a como confusa e incoerente. O deputado criticou os “ziguezagues” nas declarações oficiais, acusando o executivo de manter “portas escancaradas” para a imigração descontrolada. "Sabemos bem de onde vêm muitos destes trabalhadores imigrantes e os problemas que isso traz para a segurança e a das nossas sociedades são evidentes", advertiu. O deputado questionou Sereno sobre o impacto deste cenário para a segurança nacional e sobre os riscos específicos do radicalismo islâmico, destacando que "o governo parece ignorar a gravidade da sua falta de controle nas fronteiras".
Por fim, Francisco Gomes citou declarações do ex-diretor do SIRP, Jorge Silva Carvalho, que, numa entrevista ao ‘Diário de Notícias’, questionou a relevância e a credibilidade dos serviços de informações no actual panorama securitário. "Se ele mente, o que tenciona fazer para defender a honra do SIRP? Se não mente, como pretende transformar um sistema que enfrenta este diagnóstico devastador?", perguntou o deputado.
Francisco Gomes encerrou a sua intervenção com uma crítica à extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), descrevendo-a como “um crime de lesa-pátria”. "A extinção do SEF foi um golpe severo na nossa capacidade de identificar e eliminar ameaças. Foi, ou não foi, um erro grave? Foi, ou não foi, uma decisão de lesa-pátria?", questionou.