CDS-PP Madeira "apela ao Chega para que retire a moção de censura ao Governo"
O CDS considera que a Madeira está a passar pela pior crise política desde a implantação da democracia e da fundação da autonomia.
"Desde o início deste ano, vivemos numa instabilidade política quase permanente que afeta a vida dos cidadãos, das famílias e das empresas", começa por referir em nota emitida à imprensa.
E acrescenta: "Ficamos sem Orçamento e sem Plano de Investimentos para o próximo ano, paralisando a administração pública, bloqueando a progressão nas carreiras e as valorizações salariais, barrando a redução de impostos, nomeadamente o IRS, travando os apoios às instituições de solidariedade social e o aumento do complemento dos idosos, atrasando os investimentos públicos e o reforço na construção de habitação que é tão necessária".
Não bastava esta realidade e há a perspectiva de ficarmos sem governo na próxima semana, com todas as consequências que isso acarreta para a governabilidade da Região". CDS
Diz ainda que "se salvou ontem a aprovação, pelo parlamento, da subida do salário mínimo para 915 euros, uma proposta do CDS apresentada ao Governo Regional, no âmbito das negociações para o Orçamento do próximo ano".
É por tudo isto, e perante esta realidade, que o CDS-PP Madeira "apela ao Chega para que retire a moção de censura ao Governo Regional e possibilite a aprovação rápida de um Orçamento para 2025".
O CDS diz perceber que o Chega "queira liderar a iniciativa e marcar terreno na oposição", mas, no seu entender, "o partido tem de perceber que os interesses regionais devem sobrepor-se a qualquer interesse partidário".
"A moção do Chega é um libelo justiceiro contra o presidente e o Governo Regional, mas é bom recordar que a Assembleia Legislativa não pode nem deve substituir-se à Justiça", acrescenta.
Refere também que "a separação de poderes é um princípio sagrado do Estado de Direito Democrático e o parlamento não pode transformar-se num tribunal".
O CDS apela "ao sentido de responsabilidade do Chega, para que a Madeira possa continuar com estabilidade e governabilidade, fazendo reflectir na vida das pessoas o crescimento económico que a Região tem vindo a registar".
A economia está bem e a política nunca esteve tão má. Esperemos que a política não venha prejudicar o crescimento económico e a justiça social". CDS
Afirma ainda que "os madeirenses não querem eleições, querem soluções" e que estes "não desejam crispação, desejam negociação".
"Os madeirenses não querem instabilidade, querem responsabilidade", sustentou.
Na sua óptica, "realizar de novo eleições regionais, as terceiras no espaço de um ano e meio, é tempo perdido e dinheiro mal gasto, que poderia ser investido no social ou na habitação".
Além disso, aconselha o Chega a avaliar "as consequências políticas da sua estratégia, que só tem favorecido a possibilidade de uma geringonça na Madeira e o crescimento da esquerda demagógica".
"A repetir-se na moção de censura a coligação negativa que chumbou o Orçamento, estaremos perante um conluio entre a extrema-direita e a esquerda, que é altamente preocupante para o futuro da Região e da autonomia", opina.
É nesse sentido que o CDS apela, mais uma vez, "ao sentido de Estado de todas as forças políticas e, em particular, do Chega que apresentou a moção de censura".
E concluiu: "Ainda vamos a tempo de mostrar aos madeirenses que há maturidade e bom senso na política regional".