Província canadiana vai reforçar o seu controlo da fronteira com os Estados Unidos
As autoridades da província canadiana de Alberta anunciaram na quinta-feira uma nova unidade responsável pelo combate ao tráfico de droga e ao contrabando de imigrantes ilegais na fronteira com os Estados Unidos, considerada demasiado frágil por Donald Trump.
A província atribuiu um orçamento de 29 milhões de dólares canadianos (cerca 19,5 milhões de euros) a esta unidade, que será composta por 51 guardas fronteiriços, quatro cães especializados no combate à droga e 10 drones, e terá a missão de monitorizar os 300 quilómetros da fronteira com o Estado norte-americano do Montana, indicou a primeira-ministra de Alberta, Danielle Smith.
Três outras províncias canadianas, Quebeque, Ontário e Manitoba, estão a considerar iniciativas semelhantes ao longo da sua própria fronteira com os Estados Unidos, adiantou a governante.
Estas províncias trabalharão em concertação com o Estado federal, que também planeia reforçar as medidas de controlo fronteiriço e deverá partilhar o seu plano com a equipa do presidente eleito americano nas próximas semanas.
"Juntamente com as autoridades federais, vamos garantir que a nossa parte da fronteira com os Estados Unidos está bem protegida", disse Smith em conferência de imprensa.
"Impediremos que os criminosos que procuram operar em ambos os países encontrem refúgio lá", garantiu.
"E se tivermos sucesso (...), penso que teremos uma relação muito forte com os Estados Unidos", vincou.
Ainda antes de tomar posse, a 20 de janeiro, Donald Trump ameaçou taxar os produtos canadianos e mexicanos em 25%, uma decisão justificada, segundo ele, pelas crises ligadas aos opiáceos - em particular ao fentanil - e à imigração.
Na quarta-feira, Ontário, a província mais populosa do Canadá, disse estar preparada para interromper as suas exportações de eletricidade para os Estados Unidos se estas ameaças se concretizassem.
O seu primeiro-ministro provincial, Doug Ford, fez esta ameaça após uma reunião com o primeiro-ministro federal, Justin Trudeau, e representantes das outras províncias.
Após a reunião, a vice-primeira-ministra canadiana, Chrystia Freeland, disse que "vários primeiros-ministros provinciais" falaram "fortemente a favor de uma forte resposta canadiana às tarifas injustificadas".
Mas Smith disse na quinta-feira que, em "nenhuma circunstância" Alberta concordaria em "cessar as suas exportações de petróleo e gás".
O Canadá exporta 4 milhões de barris de petróleo por dia para os Estados Unidos, principalmente a partir de Alberta.
Uma fonte governamental disse à agência France-Presse (AFP) que o governo federal continua a trabalhar no seu plano para a fronteira, cujo custo ascenderia a mil milhões de dólares (700 milhões de euros), segundo os meios de comunicação social canadianos.