O desespero de Cafôfo….

O convite de Paulo Cafôfo para uma coligação revela bem o estado de desespero do líder socialista e da sua equipa. Toda a gente já percebeu que ele não vai lá chegar, que o JPP vai acabar por passar à frente e que líder da oposição vai ser. E o próprio Paulo Cafôfo e os seus mais próximos seguidores também já o perceberam.

Então, num ato de perfeito desespero, numa tentativa suicida para chegar ao poder, desataram a convidar quase todos para uma coligação…. Um perfeito disparate, a começar pelo facto de, a valerem as sondagens, nem sequer dará, uma vez que o PSD, o CDS e o Chega até têm mais votos e deputados juntos….

Depois, ninguém convida para uma coligação, para “casar”, sem sequer falar primeiro com os pretendentes. Ninguém fala numa reunião para quinta-feira sem sequer ter dado conhecimento antecipado aos convidados.

Ninguém, já agora, lança um pedido de “namoro” ao mesmo tempo para tantas candidatas… Mesmo quem pudesse querer “namorar” fica logo de “pé atrás” perante tanto, digamos assim, à vontade.

Paulo Cafôfo, infelizmente, nada aprendeu com o que se passou em maio, com a sua tentativa desesperada de “casar” com o JPP. Nem quatro horas o matrimónio durou…. E agora queria repetir a dose.

Enfim, como disse Nuno Morna, a quem faço a devida vénia:

«É uma piada de mau gosto e um estudo de caso em indigência política. Só alguém com uma vocação especial para o disparate seria capaz de imaginar uma coligação que alinhasse, lado a lado, o PS, o JPP, a IL, o PAN e o BE. Não é uma coligação; é um espetáculo circense. Um 'saco de gatos' seria um elogio: aqui temos gatos, cães, cabras e, pelo meio, um ou outro pavão. E tudo isto, claro, sob a batuta de Cafôfo, o visionário que se julga maestro, mas que não passa de um animador de karaokes políticos».

A caraterização perfeita do convite.

Um convite, aliás, que não teve, como também já se esperava, a recetividade do JPP. Percebe-se: por um lado, “gato escaldado da água fria tem medo”; por outro, o JPP já percebeu que pode ser o segundo partido mais votado, aliás até já prepara programa de governo, e não dar a mão ao PS.

Quanto muito, será o JPP, à moda do “macho gaulês”, a pedir o PS em casamento, se as coisas lhe correrem bem nas próximas eleições.

Ângelo Silva