JPP acusa Governo Regional de "abandonar" agricultores biológicos no Mercado Bio
O JPP denunciou esta quarta-feira o que considera ser o abandono por parte do Governo Regional da Madeira aos agricultores biológicos que participam no Mercado de Agricultura Biológica do Funchal, conhecido como Mercado Bio. O evento semanal, realizado às quartas-feiras na Placa Central da Avenida Arriaga, tem enfrentado dificuldades devido à ausência de apoio logístico, como a montagem de toldos e bancas.
O presidente do Governo Regional, a secretária regional da Agricultura, Pescas e Ambiente e o diretor regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural devem ser publicamente consequentes com a retirada do apoio na cedência e colocação dos toldos e bancas do Mercado Bio com o argumento de que não tinham dinheiro nem pessoal para fazer a montagem, deixaram os vendedores/produtores entregues à sua sorte, a trabalhar a céu aberto e sem bancas para expor os seus produtos. Três semanas depois continuam num silêncio ensurdecedor, sem explicar se apoiam ou querem acabar de vez com a agricultura biológica. Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
Nas últimas três semanas, os agricultores têm exposto seus produtos directamente no chão, acondicionados em caixas empilhadas. O JPP conta que a a situação foi relatada pelos próprios produtores, que se dizem, segundo o partido, desprezados pela Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente. Para Rafael Nunes, tal atitude revela falta de compromisso.
O nosso dever é estar do lado de quem é injustiçado sem qualquer justificação plausível. Estivemos agora e estaremos sempre do lado dos agricultores e do mundo rural, até que o Governo Regional entenda que o seu papel é resolver problemas e não arranjar mais problemas do que tem arranjado. Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
O dirigente do JPP também criticou a inconsistência do Governo Regional quanto à promoção da agricultura biológica. Apesar de incentivos anunciados pelo PRODERAM, Rafael Nunes apontou "ziguezagues" nas políticas adoptadas.
Depois de, dentro das paredes do Parlamento, ter afirmado que apostar na agricultura biológica é ‘retornar à época medieval’, mudou a sua posição ao esbarrar com a cara dos agricultores, chegando a afirmar que era uma atividade em expansão e com futuro. Mas depois não são consequentes com o que dizem e não criam as condições necessárias para o escoamento dos produtos. Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
Questionou ainda os argumentos financeiros apresentados pelo Governo Regional para justificar a ausência de apoio aos agricultores.
É preciso esclarecer este ponto. O JPP já perdeu a conta à quantidade de denúncias públicas que fez sobre a falta de compromisso e incumprimento da palavra dada por Albuquerque e seus secretários regionais. Foi preciso batalhar muito para que os apoios prometidos chegassem ao bolso das pessoas ao fim de muitos meses de espera. Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
E exemplificou com atrasos em apoios a produtores de cana-de-açúcar, viticultores, produtores de castanha e bananicultores. “Não se percebe como é que Albuquerque entoa cânticos de alegria sobre os recordes nas receitas de impostos, significa que há muito dinheiro, mas depois resolve tarde e mal estas migalhas aos agricultores”, afirmou.
Por fim, lançou um desafio público:
“Para onde está a ir essa receita recorde? Ainda esta semana chegaram ao JPP denúncias de que há pessoas à espera dos reembolsos da Segurança Social, de consultas e exames, desde outubro. O que é que se passa? Se a dívida não desce, os problemas continuam, onde é que Albuquerque anda a ‘espatifar’ a receita recorde? É tempo de investigar.” Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP