Mais madeirenses nos museus, cinema e espectáculos ao vivo em 2023
Exposições, autores e obras diminuíram no ano passado, bem a tiragem dos jornais e revistas, de acordo com a DREM
No ano passado, houve mais madeirenses a frequentar museus, cinema e espectáculos ao vivo. Já as exposições, autores e obras diminuíram no ano passado, bem a tiragem dos jornais e revistas.
Estas são algumas das conclusões da Série Retrospectiva da Cultura, Desporto e Lazer, que a Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM) disponibilizou, hoje, no seu portal, com os dados actualizados definitivos de todos os indicadores para 2023.
Museus: Número de visitantes cresceu 5,7% face a 2022
No ano de 2023 foram 20 os museus da Região Autónoma da Madeira (RAM) que cumpriram os critérios de elegibilidade de apuramento do Inquérito aos Museus (mais dois do que em 2022), dispondo de cerca 117,8 mil bens no seu acervo (mais 4,1%). Contabilizaram-se cerca de 357,7 mil visitantes, correspondendo a um acréscimo de 5,7% face a 2022, dos quais 66,2% eram estrangeiros (236,7 mil) e 10,6% eram visitantes inseridos em grupos escolares (38,0 mil).
Exposições, autores e obras diminuíram em 2023
Em 2023, as 36 galerias de arte e outros espaços de exposições temporárias em atividade na RAM, realizaram 267 exposições, menos 7 do que no ano anterior. O número de autores representados, 1 317, diminuiu 63,0% (3 562 em 2022), tendo estado expostas 6 158 obras o que se traduziu numa diminuição de 12,5% no número de obras expostas face ao ano anterior (7 035 obras em 2022).
Tiragem de publicações periódicas caiu 5,5% face a 2022
Em 2023, foram apuradas 12 publicações periódicas publicadas na RAM (menos 1 que em 2022), sendo que 5 eram jornais e 7 eram revistas. Quanto ao suporte de difusão, 9 das publicações foram difundidas em suporte “papel e eletrónico”, 2 foram difundidas em suporte “só papel” e 1 foi difundida em suporte “só eletrónico”.
A circulação total foi de cerca de 3,4 milhões, dos quais 98,2% correspondiam a jornais. A proporção de circulação gratuita de publicações periódicas foi de 4,0%.
Nesse período, foram impressas 782 edições de jornais e 28 edições de revistas, num total de 810 edições impressas e a tiragem total da edição impressa foi de cerca de 4,3 milhões (4,2 milhões de jornais e 72,1 mil revistas), -5,5% que em 2022.
Espectadores e receitas de bilheteira do cinema aumentaram
De acordo com os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em 2023 contabilizaram-se na Região um total de quatro recintos de cinema, com 14 ecrãs e uma lotação de 3.049 lugares.
Realizaram-se 14.105 sessões de cinema na RAM, a que assistiram 215,4 mil espectadores, o que gerou cerca de 1,2 milhões de euros de receitas. Face a 2022, observou-se um acréscimo de 8,9% no número de sessões, de 37,2% no número de espetadores e de 42,3% nas receitas de bilheteira. A taxa de ocupação foi de 7,0%, valor superior ao do ano anterior (6,0%).
Menos espectáculos ao vivo, mas mais recintos, espectadores e receitas
Quanto aos recintos de espectáculos, em 2023, a RAM contava com 18 recintos mais 1 do que em 2021 (último ano em que esta informação foi recolhida), constituídos por 24 salas e contando com 182 trabalhadores (mais 15 face a 2021). A lotação diminuiu 27,1%, situando-se em 8.349 lugares, 5.469 dos quais sentados e a lotação média foi de 347,9 lugares por sala.
No que diz respeito aos espectáculos ao vivo, foram promovidas 1 208 sessões em 2023, com um total de 255,7 mil espetadores, dos quais cerca de 69,6 mil pagaram bilhete, o que gerou uma receita de 970 mil euros. Face ao ano transato, verificou-se a diminuição nas sessões realizadas (-11,8%), contudo existiu um aumento dos espetadores (mais 7,7%), dos bilhetes vendidos (mais 6,9%) e das receitas de bilheteira (mais 8,6%). O preço médio dos bilhetes vendidos no total dos espetáculos ao vivo foi de 13,9 euros (13,7 euros no ano anterior).
Região manteve o número de imóveis culturais
Em 2023, estavam classificados na RAM 180 bens imóveis culturais, os mesmos que no ano anterior, dos quais 173 eram Monumentos e sete eram Conjuntos. Segundo a categoria de proteção, 113 dos imóveis da Região (62,8%) eram de interesse municipal, 60 eram imóveis de interesse público (33,3%) e sete eram monumentos nacionais (3,9%). Os bens imóveis classificados na Região, correspondem a 3,8% dos existentes a nível nacional.
No ano em referência, estiveram em actividade seis jardins zoológicos, jardins botânicos e aquários na RAM, mais um do que em 2022.
Peso das despesas das Câmaras Municipais em cultura e desporto aumentou
Em 2023, as despesas em actividades culturais, criativas e desportivas das Câmaras Municipais ascenderam a 15,5 milhões de euros, mais 3,6 milhões (mais 29,9%) do que no ano anterior.
Segundo a DREM, este aumento resultou essencialmente do acréscimo de 270,0% verificado nas despesas de capital (1,8 milhões de euros) e do acréscimo de 31,6% nas restantes despesas correntes (10,6 milhões de euros), que representaram 68,4% das despesas totais em cultura e desporto.
A mesma publicação nota que "as despesas com pessoal, que corresponderam a 20,1% das despesas totais em cultura e desporto, diminuíram 8,4%, face ao ano precedente".
Assim, o peso das despesas com cultura e desporto nas despesas totais das Câmaras fixou-se nos 5,9%, mais 0,4 pontos percentuais face a 2022.
Neste período, do total das despesas com cultura e desporto, 72,9% tiveram como destino as actividades culturais e criativas (cerca de 11,3 milhões de euros) e os restantes 27,1% corresponderam a despesas com atividades e equipamentos desportivos (cerca de 4,2 milhões de euros).
Face ao ano anterior, as actividades culturais viram as suas despesas aumentar em 29,2%. Já as despesas em actividades e equipamentos desportivos tiveram um incremento de 31,9%.
De referir ainda, que o peso das despesas em actividades culturais e criativas e das despesas em actividades e equipamentos desportivos face ao total de despesas das Câmaras da Região, foi de 4,3% e 1,6%, respectivamente.
Por domínios, e no caso das despesas em actividades culturais e criativas, evidenciam-se as afectas às 'Artes do espectáculo' (4,6 milhões de euros) e às 'Actividades interdisciplinares' (3,0 milhões de euros), que corresponderam a 40,9% e de 26,5% do total das despesas neste domínio, a que se seguiram as despesas afectas ao 'Património cultural', com um peso de 12,7% (1,4 milhões de euros) nas despesas totais.
No caso das despesas em actividades e equipamentos desportivos, destacam-se as relativas às 'Associações desportivas', que corresponderam a 44,3% das despesas totais em desporto (1,9 milhões de euros) e à 'Construção e manutenção de outros equipamentos desportivos (ao ar livre ou com simples cobertura)', que representaram 25,2% (1,1 milhões de euros).
Em 2023, as despesas municipais em actividades culturais e recreativas por habitante situaram-se nos 44,3 euros, mais 9,7 euros (mais 28,0%), comparativamente a 2022. Já as despesas municipais em atividades e equipamentos desportivos por habitante foram de 16,5 euros, mais 3,9 euros que no ano precedente (mais 31,0%).