"Uma piada de mau gosto e um estudo de caso em indigência política"
Reacção do deputado da IL, Nuno Morna, à proposta de uma coligação eleitoral entre PS, JPP, IL, PAN e BE
Numa primeira reacção, não oficial da Iniciativa Liberal na Madeira, mas publicada no blog 'Madeira Mais Liberal', o deputado regional Nuno Morna não deixou sem resposta a proposta de Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira, de uma possível coligação eleitoral entre os socialistas, o JPP, a IL, o PAN e o BE. É "uma piada de mau gosto e um estudo de caso em indigência política", ironiza.
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Uma "modesta opinião, enquanto liberal", à proposta do "Professor Cafôfo", a quem diz: "Só alguém com uma vocação especial para o disparate seria capaz de imaginar uma coligação que alinhasse, lado a lado, o PS, o JPP, a IL, o PAN e o BE. Não é uma coligação; é um espectáculo circense. Um 'saco de gatos' seria um elogio: aqui temos gatos, cães, cabras e, pelo meio, um ou outro pavão. E tudo isto, claro, sob a batuta de Cafôfo, o visionário que se julga maestro, mas que não passa de um animador de karaokes políticos."
Mais cáustico seria impossível, mas ainda com alguma ironia, Nuno Morna analisa e questiona: "Comecemos pelo essencial: a ideia de que a Iniciativa Liberal poderia integrar esta geringonça reencarnada é tão absurda que merece ser desmontada. A IL, goste-se ou não, tem uma identidade clara e um propósito definido. Defendemos menos Estado, menos impostos, mais liberdade individual. Agora expliquem-me, com o vosso melhor ar sério, como isto é compatível com um BE que ainda acha que a URSS foi uma ideia promissora ou com um PAN cuja maior ambição parece ser proibir bifes ao pequeno-almoço. Será que Cafôfo imagina que vamos negociar o liberalismo em troca de quotas de tofu nas cantinas escolares?"
E vai mais longe, atacando directamente os socialistas. "Depois há o PS, que nos trouxe até este pântano com o seu hábito insaciável de gastar dinheiro que não tem, de taxar quem trabalha e de distribuir prebendas pelos amigos. E há o JPP, essa espécie de sindicato dos irritados, sempre prontos a gritar, mas incapazes de apresentar uma ideia coerente. Estes partidos não têm uma base comum: têm, no máximo, um ressentimento partilhado contra quem lhes tira o lugar à mesa. E Cafôfo, qual mediador de feira, acha que pode juntá-los como se fosse vender um conjunto de panelas", atira.
Reforçando ser apenas a sua opinião, diz que "a verdade é que esta proposta não é política; é patética. É o reflexo de uma certa mentalidade portuguesa que vê o poder como um fim em si mesmo. Cafôfo não tem um projecto, não tem uma ideia, não tem sequer uma desculpa convincente. O que ele tem é uma calculadora, onde soma votos como quem conta feijões. A coligação que propõe não é um governo: é uma comissão de interesses, disfarçada de ambição colectiva".
E, "como seria de esperar", reforça, "nada disto faz sentido". E explica porquê: "Imaginem os debates internos: um BE que quer destruir o capitalismo, sentado ao lado da IL, que quer libertá-lo. Um PAN que chora pelos cães vadios, enquanto o JPP grita que os culpados são 'eles'. E no meio, Cafôfo, a tentar convencer-nos de que esta ópera bufa pode ser governável. O resultado? Uma anedota que acabaria, inevitavelmente, em desgoverno ou, pior ainda, em tragédia."
Nuno Morna termina acredita que "a Iniciativa Liberal jamais poderia alinhar nesta farsa", reforçando ser apenas a sua opinião. "Não é por arrogância nem por purismo, mas por decência. Enquanto Cafôfo e os seus aliados brincam ao poder, a IL tem um país para mudar. E para isso, é preciso seriedade, não comédias de salão. Que Cafôfo fique com o seu circo; nós preferimos construir o futuro", conclui.