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A Guerra Mundo

Ataque russo com drone atinge caravana da AIEA em Zaporijia

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Foto DR

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou hoje um ataque russo com drone contra uma caravana da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) na região de Zaporijia, alertando para uma ofensiva deliberada que exige resposta internacional.

"Numa estrada na região de Zaporijia - a região onde a Rússia continua a manter como refém uma central nuclear - um drone FPV russo atacou um comboio da AIEA encarregue de garantir a segurança nuclear em todo o mundo. O ataque teve como alvo um dos veículos do comboio. Felizmente, não houve vítimas nem feridos", frisou o chefe de Estado ucraniano, numa publicação na rede social X.

Para Zelensky, este ataque à região do sul da Ucrânia "demonstra claramente como a Rússia trata tudo o que está relacionado com o direito internacional, as instituições globais e a segurança".

"Os russos não podiam ignorar o seu alvo; sabiam exatamente o que estavam a fazer e agiram deliberadamente", denunciou.

O governante ucraniano vincou ainda que este ataque "exige uma resposta clara e decisiva, tanto da AIEA como de outros parceiros internacionais", apontando que "o silêncio ou a inação apenas encorajarão novas violações".

Antes, Zelensky já tinha denunciado hoje "ataque brutal" das forças russas na mesma região, onde pelo menos duas pessoas morreram e 16 ficaram feridas num ataque com mísseis contra "infraestruturas civis" no centro de Zaporijia.

Zelensky apelou novamente ao Ocidente para fornecer mais sistemas de defesa aérea, incluindo sistemas antiaéreos sofisticados, como os 'Patriot', de fabrico norte-americano, de forma a salvar "milhares de vidas" do "terror russo".

"O mundo tem sistemas suficientes para o fazer. A questão depende inteiramente de decisões políticas", defendeu o Presidente ucraniano.

Os especialistas militares ucranianos consideram que o exército russo poderá estar a preparar uma nova ofensiva terrestre na frente sul, em especial na região de Zaporijia, onde as posições se mantêm praticamente inalteradas há meses.

Tal ataque seria um desafio para o exército ucraniano, que já está a lutar na frente oriental e está envolvido na região fronteiriça russa de Kursk, da qual ocupa uma pequena parte.

As autoridades ucranianas já tinham informado hoje de manhã que três pessoas haviam sido mortas e pelo menos 17 tinham ficado feridas nas últimas 24 horas em bombardeamentos russos nas regiões de Donetsk (leste) e Kherson (sul).

Já morreram dezenas de milhares de pessoas em ambos os lados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos russos em grande escala contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Apesar da ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais, as Forças Armadas ucranianas confrontam-se com falta de soldados, de armamento e munições.

Os aliados de Kiev têm também decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.