Líder rebelde garante que não haverá outra guerra no país
Abu Mouhammad al-Jolani, líder da coligação rebelde que derrubou o regime do presidente da Síria Bashar al-Assad, garantiu hoje que o povo sírio estava "exausto" por anos de guerra no país e que "não haverá outra".
"As pessoas estão exaustas por causa da guerra. Portanto, o país não está pronto para outra [guerra] e não se vai encontrar noutra [guerra]", vincou al-Jolani nos subúrbios de Damasco, onde visitou uma mesquita, durante uma curta entrevista à estação Sky News.
O líder do grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe) falou na mesma linha do novo primeiro-ministro responsável pela transição na Síria, Mohammad al-Bashir, que prometeu hoje "estabilidade" e "calma" ao povo sírio, numa entrevista à estação televisiva do Qatar Al-Jazeera.
Mohammad al-Bashir foi nomeado para o cargo pelos rebeldes islamitas que derrubaram o regime do Presidente sírio Bashar al-Assad.
Após a sua nomeação, Al-Bashir declarou que o novo Governo estenderá a mão "a todos", exceto àqueles cujas mãos estejam "manchadas com o sangue dos sírios".
Segundo o líder do Governo de transição, a Síria precisa de profissionais e tecnocratas para garantir o bom funcionamento das instituições do Estado, após 24 anos de Assad no poder.
Os rebeldes declararam a 08 de dezembro Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de uma ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrubar o regime sírio.
Perante a ofensiva rebelde, Assad, que esteve no poder 24 anos, abandonou o país e asilou-se na Rússia.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baas foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.