O Natal em Liberdade…
Há algo de extraordinário no Natal: um momento do ano em que as diferenças parecem dissolver-se e em que a generosidade ganha destaque. O Natal não é apenas um evento religioso ou cultural, mas sim um triunfo do espírito humano e da liberdade individual.
O Natal celebra a livre iniciativa das pessoas. As ruas enfeitadas, as lojas cheias de opções e promoções, e um fluxo criativo de anúncios e produtos que competem para nos encantar. Não é o “sistema” ou qualquer autoridade central que cria esta magia; é a força do mercado livre, a multiplicidade de escolhas que permite que cada um de nós encontre o presente perfeito para oferecer a alguém.
O Natal ilustra como a solidariedade genuína nasce da liberdade, não da imposição.
A generosidade, tão visível entre nós nesta época, manifesta-se nas ações espontâneas que vemos por todo o país. Os portugueses enchem cabazes, contribuem para campanhas de angariação de fundos e ajudam os que têm menos — não porque alguém os obriga, mas porque escolheram fazê-lo. Esta é a essência da caridade verdadeira: é voluntária, pessoal e motivada por uma ligação autêntica entre seres humanos.
Mas o Natal também tem as suas lições sobre os perigos do intervencionismo.
Muitos suspiram com nostalgia por tempos “mais simples”, quando os presentes eram poucos e as mesas menos fartas. No entanto, devemos lembrar que foi graças ao progresso — alimentado pela liberdade de inovar, trabalhar e competir — que a abundância do Natal moderno se tornou possível.
Claro, alguns vêem nesta época uma expressão de consumismo desenfreado. Mas, mesmo aqui, há algo de libertador. Que mal há em querer oferecer e receber? Que pecado existe no prazer de dar e no esforço criativo de encontrar algo que arranque um sorriso a quem amamos? Não será este “consumismo” uma forma legítima de celebrar o fruto do nosso trabalho e a conexão com os outros?
O Natal é um convite para pensar o futuro. A história do nascimento de Jesus é, em si, uma revolução: uma criança que nasce humilde, mas que traz consigo a promessa de mudança. De forma semelhante, cada Natal relembra-nos que, na liberdade de escolhermos como viver e como tratar os outros, reside o poder de construir um mundo melhor. Este Natal, reflitamos sobre a liberdade que nos permite escolher não apenas presentes, mas também caminhos para criar uma sociedade mais solidária e esperançosa.
Assim, amigos... este ano, ao reunirem à volta da mesa ou ao trocarem presentes, façam-no com um brinde à liberdade — condição essencial que torna possível a prosperidade, a solidariedade e, acima de tudo, a esperança.
Bom Natal a todos.
José Augusto de Sousa Martins