A força do PSD está nas bases e na sua matriz popular
Como um partido de matriz originalmente popular, a força do PSD reside nas suas bases. Reside nos seus militantes que percorrem todas as casas, todas as ruas e veredas das suas localidades, de forma abnegada, em torno das suas convicções autonómicas e social-democratas. Fazem-no pelo desenvolvimento da Madeira, fazem-no pelos seus filhos e netos. É, por isso, nos milhares de militantes que temos, e no seu entusiasmo, que reside a alma, a chama, do nosso PPD/PSD.
Daí que seja fundamental para o próximo desafio eleitoral – após a mais do que provável queda do Governo Regional pela maioria parlamentar vigente – voltar a mobilizar as bases, como no passado, para a construção de uma solução viável no quadro governativo da Região.
O PSD estará mais próximo de oferecer uma solução governativa estável, no próximo quadro parlamentar, quantos mais deputados eleger. Um número de eleitos que dependerá, mais do que nunca, da envolvência e entusiasmo de todos os militantes.
Se a próxima liderança do PSD não conseguir unir nem envolver as bases do partido, corremos um sério e perigoso risco de abrir as portas a uma “geringonça” governativa composta por PS e JPP, acompanhados por um conjunto de partidos marxistas-leninistas, que defendem a saída do euro, Anti-NATO, Anti-Autonomia, meramente partidos de protesto, e desprovidos de quaisquer quadros capazes de governar a Madeira.
O momento é crítico. Não pode haver espaço para teimosias. Bom senso e sensatez é o que se pede a todos os dirigentes partidários. É o desenvolvimento e o futuro da Madeira que estão em causa.
Dar voz às bases, a receita para um partido dinâmico e mobilizado
Acho que todos concordamos que os momentos de participação cívica interna têm um positivo efeito mobilizador das bases em torno da causa social-democrata. Chamar os militantes a decidir, dar-lhes voz, é essencial para criar as dinâmicas necessárias para uma candidatura que se quer forte e vencedora.
Perante um número considerável de militantes que pede a realização de eleições internas, negar essa vontade é hipotecar qualquer hipótese de construir um governo estável. Perante a vontade inequívoca que será expressa nos próximos dias, a solução para a vitória nas legislativas regionais é devolver a palavra aos militantes. A liderança que daí resultar, seja de A, B ou C, será uma liderança bem mais robusta.
Identifiquei-me muito na expressão de Miguel Albuquerque, quando pediu ao Pai Natal, no dia 1 de Dezembro, “juízo” aos políticos. Não podia estar mais de acordo. É altura de todos nós termos muito juízo.
A perceção pública do processo eleitoral interno é fundamental
A perceção pública de um processo eleitoral interno justo e transparente é fundamental para que a liderança eleita, e legitimada, do PSD reforce a sua credibilidade na sociedade civil. É como a mulher de César: não basta ser, é preciso parecer. A opinião pública vive de perceções. Pelo que se exige de todos os intervenientes – apoiantes, candidatos, recandidatos e actuais órgãos eleitos – o máximo de cuidado para não prejudicar a imagem do partido com a sua actuação no processo eleitoral.
Para que o PSD saia fortalecido é não só fundamental que haja eleições internas, para mobilizar e motivar as nossas bases, como as mesmas têm de ser qualquer incidente.
Mais uma vez, citando Miguel Albuquerque, a 9 de Novembro, ninguém pode querer o poder sem eleições, através de “golpes de secretaria”. Ora, eu não podia estar mais de acordo com estas palavras: o candidato do PSD não pode ter medo de ir a eleições, sejam internas ou regionais, escondendo-se atrás de jogos parlamentares ou de subterfúgios estatuários para negar a vontade das bases.
O medo, a existir, na Madeira, tem de ser sempre do lado do PS, pelo infindável número de derrotas acumuladas. E nós não somos o PS. Nós somos o PPD/PSD.