Um olhar e um desabafo sobre 2024
Enquanto o ano se aproxima do fim, é inevitável refletir sobre os desafios da segurança em Portugal. O suposto reforço financeiro anunciado pelo governo para equipar a PSP e a GNR é uma medida bem-vinda, mas o combate ao crime exige mais do que novos recursos: precisa de ser reforçado urgentemente os meios humanos, a necessidade de melhores condições de trabalho, o direito à greve, à valorização das carreiras e de salários para os agentes, à modernização das infraestruturas e de abordar as raízes sociais dos problemas. Segurança não é apenas a ausência de crime, mas a sensação de proteção e bem-estar que cada cidadão deve sentir.
Com o final do ano à vista, o momento é de balanço sobre os temas que moldaram o debate em Portugal. No início de novembro, o 1.º Congresso da ASPP/PSP trouxe para o centro do debate questões críticas para a segurança do país. O congresso sublinhou a importância de reforçar não apenas os recursos materiais, mas também a dignidade e o reconhecimento daqueles que garantem a segurança de todos. Foi também um apelo à necessidade de diálogo contínuo entre forças de segurança e governo, num esforço conjunto para enfrentar os desafios futuros. Outro tema que ganhou destaque em 2024 foi a violência doméstica na Madeira, lembrou-nos que este é um problema persistente e devastador. É fundamental reforçar ainda mais os mecanismos de proteção às vítimas, criar mais centros de acolhimento e promover mais campanhas de sensibilização para quebrar o ciclo de silêncio que tantas vezes perpetua esta violência, dando o exemplo do “Clique na Mudança”. Entre os jovens, o aumento do consumo de drogas e álcool alimenta um preocupante ciclo de violência juvenil. A Madeira permanece segura, mas o futuro exige vigilância e ação integrada para proteger todos os cidadãos. Entre os muitos assuntos que marcaram 2024, destaca-se de forma negativa o ataque sistemático e injustificado ao maior sindicato da PSP, a ASPP. Fundada com o objetivo de defender os interesses dos profissionais da polícia, a ASPP esteve na génese do sindicalismo policial em Portugal, desempenhando um papel fundamental na melhoria das condições de trabalho e na garantia da dignidade profissional. Contudo, em 2024, a ASPP foi alvo de ataques ferozes e, por vezes, covardes, vindos de quadrantes internos e externos. Dentro do próprio universo do sindicalismo policial, surgiram críticas que não foram mais do que tentativas de descredibilização, muitas vezes baseadas em notícias falsas, especulações infundadas e estratégias de contrainformação. Estes ataques não só prejudicam a imagem do sindicato como enfraquecem a unidade necessária para enfrentar os desafios que todos os profissionais da PSP enfrentam. Além disso, uma certa vertente política parece ter adotado uma postura de confronto, cujos motivos permanecem nebulosos. Talvez seja o receio de uma entidade que se mantém independente e comprometida com a defesa dos agentes, acima de interesses partidários ou individuais. É preciso sublinhar que a mentira tem pernas curtas. Com o tempo, a verdade e a seriedade do trabalho da ASPP virão à tona, reafirmando o seu papel essencial como a voz legítima dos profissionais da PSP. A história da ASPP é uma história de luta, união e conquista. Apesar dos ataques, o sindicato permanece firme no seu compromisso de trabalhar em prol dos seus associados, sempre com seriedade, união e transparência. Enquanto outros se perdem em tentativas de minar esta estrutura, a ASPP mantém o foco nos verdadeiros desafios: melhorar as condições de trabalho, valorizar as carreiras, reforçar a dignidade dos agentes e, acima de tudo, garantir que a PSP tem as condições necessárias para cumprir a sua missão ao serviço da segurança dos cidadãos. Num ano marcado por desafios internos e externos, o maior sindicato da PSP demonstrou resiliência e determinação. À medida que nos preparamos para entrar em 2025, a ASPP/PSP continua a ser um exemplo de integridade e compromisso, lembrando que, mais do que palavras, são os atos que definem aqueles que verdadeiramente trabalham pelo bem comum. O futuro será o juiz definitivo, e a razão, como sempre, estará do lado de quem atua com verdade e propósito.