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A saída pela porta pequena

A instabilidade de novo no “normal” da vida politica da Madeira. Miguel Albuquerque tanto se agarrou, que o inevitável aconteceu e irá acontecer.

Infelizmente aquele que foi dissidente de Alberto João Jardim, para mim, cometeu em menos tempo os erros do passado que tanto tentou evitar, quando se apercebeu do fim de um ciclo do seu antecessor, e foi engolido pela sua própria audácia. Não ouviu os que ousavam criticar, e chamar a atenção. Rodeou-se de “yes” men.

Perdeu a capacidade de ouvir a rua. Normalizou a politica rasteira, de surdina, e apenas de manutenção de um pseudo status quo.

Normalizou a posição de um partido populista que é o Chega, e foi por essa normalização que sairá pela porta pequena. Levou a letra umas ditas regras de estratégia antiga, que nunca deram a vitória a ninguém. Pois todo o ciclo tem um fim. Impediu que o próprio partido se renovasse. Impediu o debate salutar. Lembro-me que no Congresso do PSD Madeira, a Rubina Berardo, e todos aqueles que com ela subscreveram a moção, onde alertavam pela incapacidade de compromisso o partido, Chega foi vaiada pelos yes boys. Hoje esses “lambes cus” devem estar felizes e contentes.

Agora, o líder sai pela porta pequena...

Como ponto prévio queria esclarecer os leitores que acredito na inocência de todos os arguidos até trânsito em julgado. Não abdico desse princípio. Mas a política não tem os mesmos prazos da Justiça.

Por outro lado, ainda duvido mais, de certas investigações feitas por denúncias anónimas, sem fundamento que levam pessoas (MP) a desbravar a vida de cada denunciado à falsa fé, com base numa denúncia não subscrita e muitas vezes, e se não a maioria das vezes, feita de forma a criar lodo, barulho e descrédito. São inúmeros esses casos, por todos nós conhecidos.

Não me conformo com o novo normal de achar que estas facadas na política e no tecido da vida pública não dá em nada. Não me conformo com o politicamente correto. Não me conformo com a afirmação de quem pensa diferente é porque é contra nós. Não me conformo com saneamentos a torto e a direito. Não me conformo com a constante utilização de chavões e figuras de estilo de retórica para fazer escárnio. Não me conformo de ter uma terra como a minha constantemente na boca do mundo pelas piores razões.

Na Madeira, o povo madeirense não precisa mais disto. Basta! Não irei como já anteriormente fiz, dizer o que de bom foi feito. Não hoje quero dizer a minha opinião que não valerá de nada, mas penso ser um pouco do pensamento da sociedade onde me insiro.

Basta de achar que só uma elite pensa bem. Basta a oposição apenas por ser oposição achar que é alternativa. Não o é, e já vos digo porque não; ora todos se lembram que na noite das últimas eleições estas oposições vieram a público de mãos dadas, dizer que pelas 20h iriam falar e criar uma solução de poder. Mentira! Pois à meia noite dessa noite tinham tudo desfeito. Basta dizer que se vai ouvir o povo e levar tudo decidido. Basta de agendas pessoais.

A Madeira precisa de quem pense nos Madeirenses! Deixemos de políticas baratas. Precisamos rever o nosso estatuto autonómico, precisamos de promover uma verdadeira reforma a esse documento importantíssimo, sem o qual neste século XXII não poderemos evoluir. Temos de criar soluções de políticas sobre a habitação, sobre a autonomia político-administrativa, mas acima de tudo Fiscal e Económica. Temos de criar valências sociais, programas de emprego e habitação. Programas de aumento não do ordenado mínimo, mas sim da classe media. O ordenado mínimo em Portugal chega a passos largos a 4 dígitos, e em breve será igualado ao ordenado de um técnico superior. Temos de incutir na sociedade madeirense não o gosto pelo certo, e auferir no dia 20 de cada mês uma miséria de vencimento. Temos de produzir mais em menos tempo. Temos de ser produtivos em vez de ocupar lugares. Precisamos e garantir os valores da família, e quando digo família, não sou retrógrado. Família como núcleo de cada indivíduo. Família núcleo de segurança dos nossos filhos, sejam famílias tradicionais, quer sejam famílias de mesmo sexo, quer sejam famílias monoparentais. A Família é o centro de uma sociedade. Acabar com essa conversa demagógica, de ter que aceitar as minorias normalizando-as. Não, se são minorias, devem ser respeitadas, mas quero que estas respeitem também as outras minorias e a Maioria. Farto do politicamente correto, que levou a ascensão de partidos como o Chega e outros, porque o centro esqueceu-se de defender a sociedade.

Farto destes políticos de vão de escada, carreiristas da política que em nada trazem de novo à sociedade.

Desejo ter políticos que acreditem na causa pública, que possam seguir a linha de um partido, e ao mesmo tempo continuem fiéis ao seu eleitorado. Quero um líder que governe não por inabilidade dos opositores, mas por exemplo e capacidade de liderança. Quero um líder que ponha a governação e o bem-estar da minha sociedade à minha frente! Quero alguém que seja capaz de errar e saiba corrigir. Governar as vezes promove assimetrias, e somente um Grande e Bom Líder é capaz de reverter e resolver as assimetrias que vão criando e surgindo! Enfim, quero que aqueles que certamente não me lêem pensem nisto, ou tenham sequer a capacidade mínima de entenderem que a solução está noutros locais que não neles, e assim pelo menos a porta pequena não se torne numa presilha. Desculpem esta escrita mais dura, mas é realizada com verdade e sem qualquer filtro.

Disse.