Empatia é crucial no desenvolvimento de soluções eficazes e centradas no utilizador
Joana Mendonça, professora do Instituto Superior Técnico de Lisboa, sublinhou, hoje, a importância da empatia no desenvolvimento de soluções eficazes e centradas no utilizador. A docente foi uma das oradoras do MadIT24, evento dedicado à tecnologia e inovação organizado pela Ordem dos Engenheiros, que decorre no Centro de Congressos da Madeira.
A especialista em Design Thinking destacou os desafios contínuos da inovação, mencionando que “cerca de 9 em cada 10 novos produtos falham no mercado”. Para Joana Mendonça, "inovar não é apenas criar algo novo; é saber ouvir, observar e adaptar", sendo fundamental considerar as reais necessidades dos utilizadores. Ilustrou esta ideia com casos de produtos que falharam no mercado por desconsiderarem o consumidor final, como uma caneta lançada especificamente para mulheres, “que provou ser um flop completo”, ou um telemóvel dobrável que encontrou resistência inicial. “Estes exemplos mostram o que pode acontecer quando ignoramos a experiência e a voz dos utilizadores”, disse.
Segundo nota à imprensa, ao aprofundar o tema da empatia, Joana Mendonça explicou a relevância das técnicas etnográficas e dos protótipos iniciais, conhecidos como “pretótipos”, que permitem testar ideias rapidamente. “Com o uso de pretótipos, conseguimos ver rapidamente se estamos no caminho certo, antes de investir demasiado tempo e recursos”, referiu, mencionando que essa abordagem ajuda a adaptar a solução ao longo do processo.
Partilhou ainda casos práticos, incluindo o desenvolvimento de um hospital orientado para o bem-estar dos pacientes e o redesenho de um espaço comercial baseado nas rotinas dos seus utilizadores. “Não se trata apenas do que achamos que as pessoas precisam, mas do que elas realmente valorizam e desejam”, acrescentou.
Joana Mendonça reforçou ainda o papel da colaboração entre equipas multidisciplinares no processo de Design Thinking. Para a Professora, "a inovação sustentável nasce de processos interativos, onde podemos abraçar a incerteza e desafiar as nossas próprias suposições”. Neste contexto, a inovação é vista como uma intersecção entre as possibilidades tecnológicas, a viabilidade financeira e as necessidades humanas.