Lula pede a Trump responsabilidade "pela manutenção do planeta Terra"
O chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, pediu hoje ao Presidente eleito norte-americano, Donald Trump responsabilidade "pela manutenção do planeta Terra.
"Todos nós temos que nos responsabilizar pela manutenção do planeta Terra. Nós precisamos garantir que o planeta não sofra com um aquecimento maior do que 1,6 graus", disse Lula da Silva em entrevista à CNN internacional, referindo-se a uma das metas do Acordo de Paris.
O chefe de Estado brasileiro, que alberga no seu território a maior floresta tropical do mundo, que atualmente sofre de uma seca sem precedentes frisou que os responsáveis mundiais precisam "garantir que os rios continuem saudáveis, com águas limpas (...) garantir que os biomas de todos os países sejam preservados".
"Eu acredito que o presidente Trump tem que pensar que é um habitante do planeta Terra", disse.
Lula da Silva que tinha declarado a sua preferência pela candidata democrata Kamala Harris, felicitou Trump pela sua vitória eleitoral na segunda-feira, numa mensagem em que desejou sorte ao novo Governo e afirmou que "a democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada".
Ainda assim, as diferenças entre os dois líderes são claras no que diz respeito à política ambiental, uma das prioridades de Lula da Silva, que reforçou a luta contra a desflorestação na Amazónia e que será o anfitrião da cimeira do clima COP30, a realizar no próximo ano.
Trump, por outro lado, manifestou ceticismo sobre a existência de alterações climáticas e, durante o seu primeiro mandato como Presidente (2017-2021), decidiu retirar os EUA do Acordo de Paris.
Depois de ter sido derrotado quatro anos mais tarde pelo democrata Joe Biden, o político republicano foi eleito na terça-feira como 47.º Presidente dos Estados Unidos, tendo já conquistado acima dos 270 votos do Colégio Eleitoral necessários.
Com a contagem ainda a decorrer, Trump segue também à frente da adversária democrata no voto popular a nível nacional, com 50,9% contra 47,6% dos votos contados.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado (câmara alta da Congresso) ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes (câmara baixa) se encontra igualmente na frente no apuramento com 207 mandatos, a apenas 11 da maioria.