Carta para o Governo da Madeira

Sou uma mulher adulta de 30 anos com trabalho fixo e descontos desde os 20 anos de idade, tenho 2 filhos, por motivos de trabalho estive 2 anos em Portugal continental, sai da ilha tinha um apartamento T2 por 400€, neste momento resido num apartamento T0, SEM QUARTOS, porque não tenho condições financeiras (nem nunca terei desta maneira) para alugar um apartamento T1/T2/T3 no privado sozinha.

Neste momento os arrendamentos estão a 1200€ para cima.

Estou a dormir com os meus dois filhos numa cama, numa casa onde nem o mais velho consegue estudar nem o mais novo consegue brincar. Pago 400€ de casa (que não tem espaço) mais 180€ de carro, 300€ de contas (água + luz + televisão). Só nestas 3 já levou o meu ordenado. + escola + alimentação + gasolina. Fora os meses que tem material, roupa, mecânica, seguros, selos, multas, doenças, etc .. como sabemos. Durante um mês inteiro, 31 dias! Todos os meses são dividas atrás de dividas para poder pagar tudo.

E eu quero saber onde está o governo? Abrindo túneis, fazendo novas estradas, inaugurando novos empreendimentos de luxo, baixando impostos, tirando o iva dos alimentos não sei que! Não ajuda!!! Governo, dá prioridade aos Madeirenses, às mães a solo, às famílias numerosas, às famílias com um desempregado. DÁ APOIO!

E principalmente ABRE O OLHO, existem casas da habitação fechadas com proprietários emigrados há 10 anos, existem pessoas com casas T3 sozinhas.

Exijam regras no arrendamento, prioridade ao madeirense. Exijam mínima estadia na ilha, impossibilidade de comprar para arrendar. Estão fazendo dinheiro a nossa custa e não é para a Madeira.

Não é por ser uma mulher e mãe a solo que não consigo, porque eu consigo, mas não com estes tempos que correm, aumentos dos valores das casas arrendadas e de banca, falta de ordenado para os preços praticados pela sociedade.

EU ESPERO A AJUDA das instituições fundadas para ajudar e principalmente nesta altura em que a Ilha da Madeira virou moda e apenas o rico sobrevive aqui.

Madeirense perdeu o lugar e isso eu não posso admitir, porque um dia eu vou ter de dar razões aos meus filhos para não saírem da ilha e emigrarem, para isso eu preciso de ter boas razões do governo e instituições!! Não posso continuar sem respostas, sem atitudes, não posso deixar que os meus filhos cresçam assim quando eu podia ter condições, mas hoje em dia nem o banco ajuda na compra de uma casa, e o que eu consigo são 70 mil que aqui nem dá para um terreno sem nada e eu tenho um bom trabalho, eles tem uma boa escola! Só não temos o bem essencial da vida UMA CASA.

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