O dia depois de amanhã
Com a eleição de Donald Trump abriu-se finalmente a tão indesejada caixa de Pandora para a Europa unida.
Novos desafios se colocam desde a resolução da guerra da Ucrânia, ao tão difícil e incerto acordo para cessar fogo contra o Hamas e seus aliados.
Depois de umas eleições extremamente bipolarizadas, onde o discurso político de ambos os lados ficou a desejar, tal a falta de comprometimento em assuntos mais sensíveis que foram roçados por alto, parece-me que sinceramente ou os democratas não quiseram ganhar, ou a sua estratégia foi a de não ser atingidos por males maiores naquilo que foram os erros da administração Biden.
Por cá o Populismo continua a dar cartas e a afamada moção de censura, ainda que tirada a ferros, tal foi a guerrilha interna dos que a queriam cá fora há mais tempo, e é temporalmente e nervosamente explicada.
O que nos deve preocupar realmente? As ameaças externas que Trump e a sua política poderão causar, ou a iliteracia política de uma grande franja populacional que se deixa influenciar e acredita em tudo o que vê nas redes sociais?
É, certamente, um caso de estudo, um Partido que num dia sai de uma reunião completamente feliz e em êxtase pela abertura às propostas apresentadas, e pouco tempo depois, assim que Trump assume a vitória, reage, retirando a moção de censura da gaveta e assume a rotura novamente.
Caso para dizer: coincidências? Que as há, há!
O dia de amanhã será sempre o dia de amanhã. Haja paciência para aguentar com estes avanços e recuos, que só prejudicam a população madeirense e os investimentos que têm que ser honrados.
António Pedro de Jesus Nunes de Freitas (Sociólogo)