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A Guerra Mundo

Eurodeputados portugueses preocupados com futuro da Ucrânia e Médio Oriente

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Foto Shutterstock

Eurodeputados portugueses manifestaram hoje preocupação com possíveis consequências da eleição de Donald Trump para um novo mandato na Casa Branca no futuro dos conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.

O eurodeputado Francisco Assis (PS) salientou em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, que a eleição de Trump como Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) "não é uma surpresa absoluta", mas sublinhou estar surpreendido com a dimensão da vitória.

"Diria que a grande ponta de preocupação neste momento deve ser mesmo a questão da Ucrânia", referiu, acrescentando ainda que deve ser acompanhado o comportamento norte-americano em relação ao conflito israelo-palestiniano.

Sebastião Bugalho (PSD) referiu que a primeira ação da UE tem de ser a de "trabalhar para ter um bom interlocutor do outro lado do Atlântico para assegurar a defesa do continente no momento em que está sob ameaça da parte de uma superpotência imperialista liderada por Vladimir Putin, chamada Federação Russa".

"Esperamos e trabalharemos para ter esse interlocutor de confiança numa relação de respeitabilidade e reciprocidade com os Estados Unidos da América" destacou, acrescentando, por outro lado, que com uma aparente maioria do Partido Republicano no Senado e na Câmara dos Representantes, Trump estará "mais livre, mais solto" do que no seu primeiro mandato (2017-2021).

Também João Cotrim de Figueiredo (IL) destacou que "os temas do apoio militar e diplomático à Ucrânia estão em causa", considerando que declarações de Trump e da sua equipa em campanha indicam estar-se "perante uma posição muito menos multilateral, muito mais isolacionista, muito mais protecionista" nos temas da Defesa e do comércio internacional.

Cotrim de Figueiredo defendeu ainda que a UE tem de se emancipar da dependência em relação aos EUA.

Catarina Martins (BE) referiu que o resultado das eleições norte-americanas é "muito preocupante" e terá impacto internacional, nomeadamente devido "ao alinhamento complexo" de Donald Trump com a extrema-direita israelita.

João Oliveira (PCP) referiu estar preocupado "com todos os povos que têm pela frente, no seu quotidiano, com a agenda da guerra, da morte, da destruição, seja na Ucrânia, seja no Médio Oriente, seja na Palestina, no Líbano, no Iémen, seja onde for que haja guerra".

O eurodeputado comunista sublinhou que "seja na Ucrânia, seja para o Médio Oriente, é preciso soluções políticas de paz, de cooperação e de solidariedade entre os povos".

O eurodeputado do Chega António Tânger Corrê,a foi o único que disse aos jornalistas estar "contente com a vitória de Donald Trump" nas presidenciais norte-americanas.

"O Chega, ideologicamente, está mais perto de Trump do que de Kamala Harris" sublinhou.

O republicano Donald Trump foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos ao conquistar mais dos 270 votos do colégio eleitoral necessários, quando ainda decorre o apuramento dos resultados. Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.

O Partido Republicano recuperou ainda o Senado ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes segue igualmente na frente no apuramento com 201 mandatos, a apenas 17 da maioria.