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A Guerra Mundo

Justiça ucraniana investiga alegada execução de seis dos seus soldados pelas forças russas

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Foto SERGEY KOZLOV  

A justiça ucraniana anunciou ontem que está a investigar a alegada execução de seis dos seus soldados após a sua captura no leste do seu território pelas forças russas, que avançaram ainda mais nas últimas semanas nesta frente.

Segundo a Procuradoria ucraniana, três destes soldados foram mortos a tiro em 23 de outubro, depois de terem sido feitos prisioneiros "durante uma ofensiva na cidade de Selydové", cuja captura pelo Exército russo foi anunciada em 29 de outubro.

Três outros soldados ucranianos capturados foram executados em 01 de novembro "durante um ataque às fortificações no setor de Pokrovsk", um importante nó logístico que os russos se têm estado a aproximar há semanas, detalhou a Procuradoria, através da rede social Telegram.

As autoridades ucranianas afirmaram no final de outubro ter informações sobre a execução por parte dos soldados russos de mais de uma centena de prisioneiros de guerra, na maioria dos casos recentemente.

A Ucrânia e a Rússia acusaram-se repetidamente de matar prisioneiros de guerra desde o início da invasão russa, lançada em fevereiro de 2022.

O Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirma ter "documentado numerosas violações do direito internacional humanitário contra prisioneiros de guerra, incluindo casos de execuções sumárias de prisioneiros de guerra russos e ucranianos".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

A entrar no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.