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Assembleia Legislativa Madeira

Casa de Saúde São João de Deus defende a criação de uma comunidade terapêutica na Madeira

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O director da Casa de Saúde São João de Deus, Eduardo Lemos, apelou, esta terça-feira, 5 de Novembro, à criação de uma comunidade terapêutica na Madeira e a uma maior aposta na prevenção, no tratamento e na reabilitação das pessoas com problemas com a droga.

O enfermeiro foi ouvido na Comissão Especializada de Saúde e Proteção Civil na sequência do requerimento de Audição Parlamentar, do PSD, que tem por objectivo obter “Esclarecimentos sobre programas de combate e dissuasão do consumo de drogas e substâncias psicoativas na RAM”, uma ocasião para revelar que, desde 2012, já foram feitos mais de 1000 internamentos “por desorientação mental devido a drogas”.

Após a pandemia, aumentou o número de casos de internamento, tendo se verificado 233 internamentos em 2021, e entre 2022 e 2023 a média foi de 206 internamentos por ano, deu nota. 

“As drogas provocam uma desorganização global, grave e aguda no indivíduo. Alucinações e delírios são os quadros psicóticos detetados” nas pessoas que de alguma forma “põem em causa a boa organização social”, começou por caracterizar este especialista em saúde.

Actualmente, “a taxa de incidência é elevada, mas o aparecimento de novos casos não é tão acentuado”, estando a média de idades da população tratada na Casa de Saúde São João de Deus entre os 30 e os 35 anos.

Por isso Eduardo Lemos propõe uma nova estratégia para o combate ao consumo de drogas e de substâncias psicoativas que passa pela criação de uma comunidade terapêutica. “Devíamos avançar para uma comunidade terapêutica porque é uma mais valia para o modelo de internamento, onde se aposta em internamentos mais longos e mais entrosados com as várias disciplinas da área da saúde”.

Eduardo Lemos revelou que já há uma “task force” regional a trabalhar numa estratégia de combate e tratamento das toxicodependências que envolve a Secretaria Regional de Saúde e os diversos parceiros sociais que trabalham a problemática, incluindo os tribunais. Ainda assim insistiu no reforço de medidas de prevenção primária, de diagnóstico, de tratamento e de reinserção social.

Aos deputados disse, também, ser importante criar “casas de acolhimento temporário” e desafiou “as entidades públicas e privadas” a apostar no emprego das pessoas tratadas, com vista à reabilitação e reintegração social. “Temos de ter centros que tratem destas questões com vista inserção no mercado de trabalho”, revelando que a Casa de Saúde São João de Deus está a dar o exemplo com a integração de colaboradores, “uma tarefa que faz parte da nossa responsabilidade social”, concluiu.