Regresso à ignorância?
Portugal, uma das nações mais antigas do mundo, é detentor uma singularidade civilizacional que resulta da confluência de um número de referentes históricos e culturais, entre os quais a crença indelével na Fé e na Razão, a defesa intransigente da Sociedade e do Estado e o respeito pela Justiça e pela Autoridade. Na base da nossa civilização encontramos, ainda, outras noções, entre as quais a centralidade da Família, dos Valores e dos Princípios, que se entrelaça com postulados como o respeito pela condição humana, pela liberdade, pela Democracia, pela propriedade privada e pela responsabilidade individual. Ao todo, esta complexa, mas importante, teia de princípios não tem apenas moldado a identidade portuguesa, mas tem também conferido ao nosso país uma posição de respeito e admiração.
Todavia, a preservação da identidade civilizacional portuguesa é totalmente incompatível com a actual política de imigração, bem como com o culto do multiculturalismo globalista que lhe está subjacente. A razão para tal reside no simples, mas evidente, facto de que muitos dos indivíduos que têm vindo a entrar nosso país em números recorde não partilham, nem respeitam, a nossa matriz civilizacional. Na verdade, os novos arrivistas trazem consigo uma série de comportamentos que se têm traduzido no abuso da nossa generosidade, no desrespeito pela liberdade que concedemos aos cidadãos e aos que escolhem cá viver, nas ameaças à integridade física e psicológica das mulheres que aqui vivem e trabalham e numa inquietante onda de criminalidade que cresce e desafia o respeito pela Lei. Infelizmente, em vez de reconhecerem o acolhimento que lhes é oferecido, tantos optam por viver à sombra da vitimização, justificando a sua escolha pela não-integração com uma suposta condição de ‘vítimas da História’, rejeitando, sem pejo nem vergonha, o valor do contributo positivo e construtivo que estão moralmente obrigados a dar à nação que tão bem os recebe.
Neste contexto, a Esquerda radical, com a sua inegável propensão para a ignorância e indigência, tem procurado, na defesa da imigração desregrada, semear a fragmentação da sociedade e promover uma versão revisionista da História, segundo a qual os portugueses são retratados como os violadores e assassinos das civilizações, sendo-lhes, por isso, exigido que rejeitem a matriz identitária judaico-cristã e greco-romana, assumindo, em sua vez, todo o tipo de visões disfóricas da vida. Ao agir desse modo, a Esquerda globalista, que não é mais do que marxismo puro disfarçado de humanismo interesseiro, almeja implodir a estrutura social, alimentando todas as clivagens que nos empurram para a submissão aos ditames das minorias raciais, étnicas, religiosas e sexuais.
Face a tudo isto, ceder às intenções da Esquerda radical, erroneamente rotulada de ‘progressista’, é um passo funesto na direção da irracionalidade e da anarquia, num trajecto análogo ao regresso do geocentrismo da Idade Média ou às sombras da caverna de Platão. Por isso, mesmo que os que questionam o maquiavelismo da Esquerda e suas marionetas sejam perseguidos pela comunicação social e até rotulados de racistas, fascistas e xenófobos, o nosso dever é o de permanecermos firmes na defesa da identidade, da cultura e da terra, que é nossa há quase mil anos. Hoje e sempre, se há algo que nunca poderemos negociar é o valor do respeito, a supremacia da racionalidade, a inviolabilidade da Lei, a centralidade da família, a honra do trabalho e o peso da cruz cristã.